sexta-feira, 5 de março de 2010

A Ministra e o Massacre


«A destruição de milhares de livros pelas editoras portuguesas é “um massacre” que deve ser resolvido a curto prazo. Esta é a reacção de Grabriela Canavilhas, ministra da cultura, que perante as notícias de que o Grupo Leya destruiu dezenas de milhares de livros antigos de autores como Jorge de Sena, Vasco Graça Moura ou Eugénio de Andrade.
“O Ministério da Cultura irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a destruição de livros, que afinal, é uma prática regular e generalizada”, afirmou ao jornal i ontem à noite.»





Quando as Editoras Destroem Livros

“As mesmas editoras dedicadas a defender a leitura e os livros vêem-se obrigadas a destruir numerosos exemplares usando-os como pasta de papel ou queimando-os. Esta prática editorial, condena todos os livros invendáveis, os livros com erratas e os textos desactualizados. Os manuais escolares e científicos são postos de lado tão facilmente como as teorias ou dados que os sustentavam.
Os worst sellers são os livros nunca comprados e finalmente deteriorados: quase sempre passam para as mãos de uma equipa de produção que procura um rápido final para eles.
Em determinados casos, as editoras procuram manter em segredo esta informação porque há autores cujos níveis de venda não são o que declaram.”

História Universal da Destruição dos Livros de Fernando Báez, Texto Editora, Grupo Leya.


História Universal da Destruição dos Livros é um relato lúcido e devastador do crime perpetrado contra a memória da humanidade que descansa nos livros. Desde a Antiguidade Grega até ao mundo islâmico, desde os códices pré-hispânicos perdidos no fogo durante a época colonial ou destruição nazi de milhares de livros judaicos até às situações actuais de censura em países de censura em países como Cuba e China.
O autor interroga-se sobre a razão de ser deste empenho em assassinar a memória escrita, para encontrar uma resposta, Fernando Báez recorre a diversos momentos da história, cuja desafortunada pedra de toque tem sido a destruição dos livros, sempre em nome de diversas consignas: raciais, sexuais, culturais, políticas ou económicas.
Certamente da proxima vez que olhar para os livros num escaparate de uma livraria, irá vê-los com outros olhos.

2 comentários:

Maria Brandão disse...

a palavra escrita tem muito poder. deve ser por isso que os livros são tão malquistos por alguns.

Anónimo disse...

Olha a Bandarilhas preocupadas com os livros!!