Sem nunca ter conhecido pessoalmente Coetzee, um jovem biógrafo inglês trabalha num livro sobre o escritor. Uma série de entrevistas a pessoas que foram importantes para ele, a partir dos seus testemunhos surge um retrato do jovem Coetzee. O seu projecto é concentrar-se na época entre 1972 a 1977, então o escritor na casa dos 30, segundo o biógrafo depreende, o período em que estava «a apalpar terreno como escritor».
Verão ( D.Quixote) mostra-nos um grande criador em pleno exercício autobiográfico, por vezes comovente, por vezes francamente divertido, o escritor em pleno aquecimento para o seu trabalho. Este livro de memórias ficcionadas, foi finalista do Booker Prize de 2009, tendo sido Coetzee o primeiro escritor a vence-lo por duas vezes, em 2003 foi galardoado com o Prémio Nobel de Literatura.
“Se eu penso que os artistas não são feitos para o amor? Não. Não necessariamente. Eu procuro ter uma certa abertura relativamente a isso.
Bem, uma pessoa não pode indefinidamente ter abertura, se tenciona chegar a escrever o livro. Pense bem. Estamos em presença de um homem que, na mais íntima das relações humanas, não consegue estabelecer contacto, ou só consegue estabelecer contacto fugazmente, intermitentemente. E contudo como ganha ele a vida? Ganha a vida fazendo relatórios, relatórios especializados, sobre as experiências humanas íntimas. Porque é disso que os romances tratam- não é?-, de experiências íntimas. Os romances, contrariamente à poesia ou à pintura. Não lhe parece estranho?”
Verão, J.M. Coetzee, Ed. D.Quixote
1 comentário:
vou começar o meu Verão hoje :)
Enviar um comentário