terça-feira, 30 de junho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Viajar com Livros - Moleskines B. Chatwin




Moleskine é o nome do lendário notebook, usado por artistas e escritores, durante mais de dois séculos, nomes como: Van Gogh , Picasso, Ernest Hemingway ou Bruce Chatwin, não dispensaram o caderno preto. Companheiro de viagem de grande confiança, no moleskine desenharam sketches, notas, historias e ideias, antes delas se transformaram em famosos quadros, ou em páginas de belos livros. Originalmente produzido por um francês que fornecia, as lojas mais bem frequentadas de Paris, os cadernos manufacturados, ganharam fama e desde sempre fizeram as delicias dos viajantes. Bruce Chatin, este inglês errante, antes de se fazer á estrada compulsivamente, criava um stock considerável de moleskines. Para muitos a sua obra-prima Na Patagónia (editora Quetzal), onde evoca as paisagens desse local mágico da Argentina, é um dos paradigmas da literatura de viagens. Esta obra é uma viagem ideal, sobre a errância e exílio, o narrador viaja através de um pais remoto à procura de um estranho animal e entretanto, descreve os seus encontros com outras pessoas, cujas histórias o atrasam no seu caminho. Puro prazer recheado de acontecimentos inimagináveis, desejo de todos os verdadeiros viajantes, um livro brilhante. O rapaz de Birmingham, foi bonito e divertido, amante de homens e de mulheres, morreu novo, a urgência de uma partida, a seguir-lhe os passos e as emoções. Grande adepto dos famosos cadernos, comprava-os às dezenas, registando impressões e pensamentos. O Moleskine de bolso, deu origem a outros formatos, e estilos diferentes de páginas, mas continua a ser companheiro da imaginação e da criatividade.
Os amantes dos Moleskines poderão encontra-los na Livraria SolMar.

Autores a lápis de cores 2 - Urbano Bettencourt




Nasceu na ilha do Pico, pousa e repousa habitualmente em S. Miguel. A sua obra abrange vários géneros literários com destaque para a poesia.

domingo, 28 de junho de 2009

A Estrada

Depois da aclamada adaptação de Este Pais Não é Para Velhos, pelos irmãos Coen, o romancista norte-americano, considerado pelo crítico Harold Bloom como um dos melhores escritores da actualidade, vê agora o seu décimo e último livro, A Estrada, adaptado ao cinema com realização de John Hillcoat, e protagonizado por Viggo Mortensen. Este romance apocalíptico, vencedor do Pulitzer 2007, foi considerado o melhor livro de ficção, publicado em 2006.
A Estrada, é a história verdadeiramente comovente de uma viagem, que imagina com ousadia um futuro onde não há esperança, mas onde um pai e um filho, “cada qual o mundo inteiro do outro”, se vão sustentando através do amor. Impressionante na plenitude da sua visão, esta é uma meditação inabalável sobre o pior e o melhor de que somos capazes: a destruição última, a persistência desesperada e o afecto que mantém duas pessoas vivas enfrentando a devastação total.


O autor nascido em Rhode Island, que detesta falar da sua escrita, estaria à conversa com Oprah Winfrey, e seria a primeira entrevista de Cormac McCarthy a uma estação televisiva. A visibilidade valeu a venda de milhares de cópias, e tornou A Estrada um dos livros mais populares do mundo.



No Teu Deserto


Há seis anos foi publicado Equador, o primeiro romance de Sousa Tavares, que já vendeu 300 mil exemplares. No teu Deserto, novo livro, editado pela Oficina do Livro, tem 128 páginas e segundo o escritor é “quase um diário de viagem” e “ quase um romance de amor”.

“Ali estavas tu, então, tão nova que parecias irreal, tão feliz que era quase impossível de imaginar. Ali estavas tu, exactamente como te tinha conhecido. E o que era extraordinário é que, olhando-te, dei-me conta de que não tinhas mudado nada, nestes vinte anos: como nunca mais te vi, ficaste assim para sempre, com aquela ideia, com aquela felicidade, suspensa, eterna, desde o instante em que te apontei a minha Nikon e tu ficaste, sem defesa, sem segredos, sem dissimulação alguma”.
“Éramos donos do que víamos. Até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar”

No Teu Deserto chega ás livrarias no próximo mês de Julho.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Gone Too Soon

Thriller foi o disco mais vendido da história da musica.
Michael Jackson morre aos 50 anos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tarzan Roberto, o desolado sem che(e)ta(h)

O Museu do Quai Branly, em Paris terá patente até 13 de Setembro uma exposição intitulada "Tarzan! ou Rousseau chez les Waziri" (Tarzan! ou Rousseau com os Waziri) na qual se recorda "o senhor da selva" através de objectos de colecção de diversos museus franceses, assim como filmes, cartazes, quadros, fotografias e figuras.
Ao saber desta notícia fiquei desolado. Porque é que não esperaram até eu ter dinheiro suficiente para ir até Paris ver a exposição? Ou então mandassem-me um cheque para cobrir as despesas de deslocação e estadia…Então os organizadores não sabem que sou provavelmente o maior admirador do mundo, do bom selvagem Tarzan dos Macacos? Ninguém os informou ou então não fizeram o trabalho de casa que se impunha.
Remonta aos anos sessenta o meu fascínio pela personagem criada em 1912 por Edgar Rice Burroughs que o transformou em protagonista de 22 livros entre 1914 e 1947, publicando-se mais de 15 milhões de exemplares ,traduzidos em 56 idiomas, desde que pela mão do meu avô materno fui ver A Fuga de Tarzan(Tarzan Escapes, 1936), no teatro vilafranquense.
Nessa altura ainda era possível vermos velhos filmes no grande ecrã. Ali assisti a um fantástico O Ladrão de Bagdad (The thief of Bagdad, 1940), rodado em esplendoroso Technicolor, Ben-Hur e outros. Foi uma epifania. Johnny Weissmuller era Tarzan e Maureen O’ Sullivan, Jane. E Cheetah o chimpanzé fêmea que sobreviveu à maior parte dos intérpretes de Tarzan. Fiquei absolutamente deslumbrado. Até hoje. O segundo filme de Tarzan que vi deixou-me confuso. Era Mike Henry que protagonizava o rei da selva. O filme era a cores e chamava-se Tarzan e os Inimigos da Selva (Tarzan and the jungle boy, 1968) mas Henry nada tinha a ver com Weissmuller. Só depois comecei a perceber que os actors que personificaram Tarzan foram mais do que muitos desde que Elmo Lincoln fez Tarzan the Ape Man em 1918. Li todos os romances, quilogramas de revistas e livros de banda desenhada incluindo os clássicos de Hal Foster que possuo, vi todos os Weissmuller, os Lex Barker, os Ron Ely para além de andar a balouçar nas árvores e a dar quedas tremendas, a gritar como um louco. Ainda faço soar o célebre grito que imito razoavelmente bem, apesar de ser uma proeza da sonosplastia da época.
Por essas e por outras, a esta hora devia estar em Paris a ver a exposição sobre o bom selvagem que Jean-Jacques Rousseau cedeu a Edgar Rice Burroughs que se inspirou igualmente em Rudyard Kipling, em Rider Haggard, num heroi da mitologia grega, Hércules e na lenda dos irmãos Rómulo e Remo, extraída da mitologia romana.




Fantástica coreografia subaquática que teria sido inserida em Tarzan e a Companheira (Tarzan and his mate, 1934) caso a censura da época não tivesse implicado com a nudez de Maureen O' Sullivan



O grito de Tarzan

terça-feira, 23 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Coragem de Xerazade


Os direitos humanos e civis devem ser inteiramente respeitados, as manifestações pacíficas autorizadas, não usar violência contra os manifestantes. Que se faça uma nova contagem dos votos, é o que pretende o movimento verde do povo iraniano. A internet tem sido a principal arma de luta para os manifestantes, Google, Twitter, Facebook instrumentos fundamentais, numa altura em que toda a imprensa foi expulsa ou detida pelo regime de Teerão.
O verde misturou-se com o luto pelos que morreram durante os confrontos.
Neste jogo de vida ou de morte é necessário, coragem e instinto de sobrevivência, tal qual o de Xerazade, nas suas Mil e Uma Noites.

“ Meu pai, tenho uma coisa a pedir-vos; suplico-vos muito humildemente que ma concedais.
- Não vo-la recusarei – respondeu ele – desde que seja justa e razoável.
- Como justa, não pode ser mais – respondeu Xerazade – e vós podereis julgá-lo pelo motivo que me leva a pedir-vo-la. Tenho o desejo de parar com essa barbaridade que o sultão exerce sobre as famílias desta cidade. Quero acabar com o fundado receio que tantas mães têm de perder as suas filhas de uma maneira tão funesta.”

sábado, 20 de junho de 2009

Mitos

Viajar com Livros - Corto Maltese


Esse marinheiro vagabundo, a que Hugo Pratt chamou Corto Maltese, é o viajante que não se limita a vasculhar a Itália fascista e a Rússia comunista. Lojas maçónicas e manuscritos franciscanos, a Veneza de D’Anunzio e a Suíça de Tâmara de Lempicka, o Stonehenge e as sinagogas, trincheiras da grande guerra e independentistas irlandeses. No calor da Arábia ou no gelo da Sibéria, o filho do oficial da Cornualha e da cigana da Andaluzia, cruza-se com personagens históricas reais como o escritor Jack London, o fora da lei Butch Cassidy, o piloto alemão Barão Vermelho entre muitos outros. Tem como parceiro de viagens, o execrável, sem escrúpulos, Rasputine. A cada nova aventura, conhece uma nova mulher, quase sempre misteriosa e fatal.
Corto Maltese solteiro, tem 1,87m de altura, olhos negros e exibe um brinco na orelha esquerda, parece que desapareceu durante a guerra de Espanha. Hugo Pratt, não tinha muitas dúvidas a esse respeito:
“ Corto Maltese desaparecerá porque, num mundo onde tudo é electrónico, onde tudo é calculado e industrializado, não há lugar para uma criatura como ele”.

Silêncio -livreiros a trabalhar

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Arrependimento

"Se há um erro que é possivel identificar ao longo destes anos é que talvez devêssemos ter investido mais em cultura."
José Socrates

Autores a lápis de cores 1 - Emanuel Jorge Botelho




poeta e ensaísta nado, criado e a resistir nos Açores

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A MAR

terça-feira, 16 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Corpo Estranho


Os livros de Robin Cook, considerados como literatura de aeroporto, ao longo dos anos ocuparam as listas dos mais vendidos em todo o mundo. Os seus thrillers, traduzidos para cerca de 40 línguas, Coma, Pandemia, Contágio e outros, foram publicados em Portugal e já somam 300 mil exemplares vendidos.
Robin Cook, 69 anos, autor de 27 best-sellers, não hesita em chamar a atenção para as falhas do sistema médico, a relação da medicina e o mundo dos negócios. Afirma mesmo que os hospitais são sítios perigosos.
Passou por Lisboa, para apresentar o seu último livro, O Corpo Estranho e declarou , “folgo em saber que em Portugal existe pelo menos um acesso básico universal aos cuidados de saúde, baseado nos impostos.”
Eu também fiquei aliviado, pois todos seremos um dia, doentes num hospital e hoje foi a minha vez. Confesso felizmente não ter lido Robin Cook, mas os resumos de todas aquelas aterradoras histórias, sobre hospitais, epidemias, doenças, médicos e enfermeiras, acompanharam-me na exigua sala de espera. Esta espécie de Dr. House versus Parque Jurássico, são factor de muito stress. Desta forma pude constatar que para além do “ Corpo Estranho” utilizado, Robin Cook não teria grande matéria para os seus livros no meu hospital.

domingo, 14 de junho de 2009

A Mulher que Amou Demais

Na noite de 28 de Outubro 1949, o avião da Air France, linha Paris – Nova Iorque, despenhou-se no Pico da Vara, em S.Miguel. Era o primeiro acidente registado pela Air France após duas mil travessias no Atlântico, matou 48 passageiros, entre os quais a célebre violinista Ginette Neveu, e o famoso pugilista Marcel Cerdan.
Cerdan com 33 anos, considerado o grande amor da vida de Édith Piaf, cantado em temas como Hymne À L’Amour e Mon Dieu, após o trágico falecimento do seu amor imortal, a cantora afastou-se da vida pública.
Com o sucesso, os homens entraram em força na vida de Piaf. A lista das paixões é longa e há quem diga que a autora de Vie en Rose, amou mais em 47 anos, do que a maioria das pessoas numa vida inteira. Os seus biógrafos afirmam mesmo, que a sua paixão pelo pugilista, pudesse desvanecer-se como as demais, tivesse ele continuado vivo.
Correspondência inédita da cantora para o ciclista Louis Gérardin ( várias vezes campeão de França), vai ser leiloada pela Christie’s, em Paris, revelando mais uma paixão, da mulher que viveu como amou: muito depressa e ardentemente.
“ meu amor azul, a nossa primeira separação(…). Queria dizer-te que nunca nenhum homem me preencheu tanto como tu, parece que estou a fazer amor pela primeira vez.”
As suas cartas sempre grandes declarações de amor, apaixonava-se, amava, intensa e insensatamente. Je ne regrette rien.

Juntos pela Paz


À Espera no Centeio de J.D.Salinger foi publicado em 1951, a história narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, um jovem nova-iorquino de 16 anos que abandona o internato mais cedo por ter más notas. È considerado uma obra-prima da literatura norte-americana.
Depois da obra, Salinger acaba por desaparecer da cena literária. O assassino de Lennon, Mark David Chapman, tinha À Espera do Centeio no bolso no dia em que cometeu o crime.
O músico dos Beatles desaparecia do mundo dos vivos, mas a rebeldia da sua imagem permanece viva, com a força da intemporalidade. Junta-se à imagem da mulher numa exposição de fotografia , no Museum BethelWoods, John lennon e Yoko Ono, fotografados na cama, partilham a intimidade em nome da Paz.

sábado, 13 de junho de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dose Dupla


Escrever e ler são as grandes ocupações de Siri Hustvedt, é difícil publicar um livro e ter sucesso. Mas é ainda mais difícil fazer tudo isto quando a sombra de um dos maiores escritores do nosso tempo, entra todos os dias pela porta da casa e partilha a sua cama. Que o diga Siri a mulher de Paul Auster, que passou por Lisboa para falar sobre o seu novo livro Elegia para um Americano. Sobre essa paixão e os benefícios de ser casada há 28 anos com o escritor e companheiro literário, a escritora diz "Antes só lhe mostrava o rascunho completo dos livros porque ficava nervosa. Agora estou mais relaxada e já lhe passo páginas, para que diga se acha que estou a ir bem ou se há problemas. E faço o mesmo por ele". Siri e Paul, conheceram-se durante uma sessão de leitura. “Apaixonei-me por ele em 30 segundos”, recorda. Este é um exemplo da recusa de estar na sombra do amante, mas sim partilhar dependências e benefícios. Outros casais artísticos não tiveram a mesma sorte, Sylvia Plath e Ted Hughes, é conhecida a trágica história da poetisa, que se suicidou em 1963, a conturbada relação de Frida Kalo com Diogo Rivera, e o dramático amor de Camile Claudel por Rodim. Exemplos de felicidade, também existirem, como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, ou Jorge Amado e Zélia Gattai. Será que a paixão e o amor conseguem conviver com uma carreira artística em comum?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Tears In Rain

O novo romance de José Eduardo Agualusa transporta-nos para um futuro, Angola 2020 uma metrópole que mistura razão e absurdo, tragédia e comédia. No Barroco Tropical o protagonista Bartolomeu Falcato vê, na TV de um hotel, o filme Blade Runner.
Agualusa questionado se este romance (que considera o seu melhor) é o seu Blade Runner,aplicado a Angola?
“A situação não está lá por acaso. Todo o ambiente do livro remete muito para o ambiente do filme. A função desse tipo de construção é chamar a atenção para determinadas dinâmicas do presente que podem degenerar em pesadelo, no futuro.”
Entrevista à revista Visão.



Novo Romance de Agualusa

Barroco Tropical

Uma mulher cai do céu durante uma tempestade tropical. As únicas testemunhas do acontecimento são Bartolomeu Falcato, escritor e cineasta, e a sua amante, Kianda, cantora com uma carreira internacional de grande sucesso. Bartolomeu esforça-se por desvendar o mistério enquanto ao seu redor tudo parece ruir.
Depressa compreende que ele será a próxima vítima. Um traficante de armas em busca do poder total, um curandeiro ambicioso, um antigo terrorista das Brigadas Vermelhas,um ex-sapador cego, que esconde a ausência de rosto atrás de uma máscara do Rato Mickey, um jovem pintor autista, um anjo negro (ou a sua sombra) e dezenas de outros personagens cruzam-se com Bartolomeu, entre um crepúsculo e o seguinte, nas ruas de uma cidade em convulsão: Luanda, 2020.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Aquela Triste e Leda Madrugada

Camões e as Musas-Columbano Bordalo Pinheiro
Aquela triste e leda madrugada
Cheia toda de mágoa e de piedade
Enquanto houver no mundo saudade,
Quero que seja sempre celebrada.


Ela só, quando amena e marchetada
Saia, dando ao mundo claridade
Viu apartar-se dúa outra vontade,
Que nunca poderá ver-se apartada
.

Ela só viu as lágrimas em fio,
Que de uns e de outros olhos derivadas
Se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela só viu as palavras magoadas
Que puderam tornar o fogo frio
E dar descanso às almas condenadas
.
Luís Vaz de Camões

terça-feira, 9 de junho de 2009

IL Cavaliere o Delinquente

André Carrilho

Nero o último imperador da dinastia Júlio-Claudiana, terá cometido suicídio a 9 de Junho de 68, afirma-se que governou 13 anos e não restam dúvidas aos historiadores de que mesmo para os padrões da época foi um enorme psicopata. Matou e mandou matar quase todos os que lhe rodeavam, só não se sabe se mandou mesmo incendiar Roma.
Respeitando a herança da Roma Antiga, hoje o imperador Silvio Berlusconi (que ao contrario de Nero trata muito bem as próximas) comemora a vitória em todas as frentes, a sua coligação Povo da Liberdade arrancou um resultado de 35%, elegendo 29 deputados, apesar de todos os escândalos dignos da Roma de Nero, Silvio sai imaculado.
Saramago, viu recusada a publicação do seu mais recente livro Caderno pela editora Einnaudi, propriedade do primeiro-ministro italiano, por o chamar de “delinquente” e “vírus”que pode matar a cultura italiana, opinião partilhada pela maioria dos seus parceiros intelectuais. Em Itália, as “berlusconetes” saíram em defesa do Il Cavaliere.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Coração das Trevas


A Dom Quixote edita grandes obras literárias escolhidas e prefaciadas por António Lobo Antunes, Ilusões Perdidas, Honoré de Balzac, Letra Encarnada, Nathaniel Hawthorne, O Coração das Trevas, Joseph Conrad, são os primeiros títulos desta colecção.
O Coração das Trevas de Conrad é o melhor dos seus romances, o mais brilhante de todas as suas obras. Eloquente, audacioso, experimental, mas fortemente humano, este romance, desde o seu aparecimento, provocou sempre controvérsia. Escrito quando o imperialismo era politicamente correcto, esta brilhante obra anti-racista mostra Conrad no auge das suas capacidades como um grande inovador
O Coração das Trevas provou ser imensamente influente e teve inúmeras adaptações, principalmente o filme Apocalypse Now.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Time to Leave

David Carradine 1936 - 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Preciosidades

A revista Life revela online fotos inéditas de Marilyn Monroe, imagens tiradas por Ed Clark em 1950. Uma sessão fotográfica de uma bela e sensual loura de 24 anos ainda Norma Jean, dois anos mais tarde seria capa da revista.
"Como ela ainda era uma desconhecida, foi fácil passar muito tempo a fotografá-la. Nós iamos para o Parque Griffith e ela punha-se a ler poesia"
A Assírio & Alvim acaba de editar Todos os Poemas de Ruy Belo incluindo o poema dedicado a Marilyn.

Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e ao abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decida dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser atá ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou.
Na Morte de Marilyn - Ruy Belo

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ideia de Europa

George Steiner nascido em Paris, de pais judeus austríacos, reparte a sua vida pela Inglaterra e pela Suíça, o grande intelectual é um dos expoentes máximos da grande cultura europeia. Steiner a partir da escala humana, do mapa dos cafés, da geografia, dos filósofos, artistas e professores, explica-nos a nossa cultura comum, a ideia de Europa. É precisamente a cultura e a sua expressão na unidade da diversidade que nos dão esperança, quando pensamos no futuro da mesma. A cultura e o seu mundo têm uma importância fundamental para a qualidade da vida humana. A beleza da arte e a nobreza de espírito, como sentido de vida e a possibilidade de alcançar a nossa dignidade é nos oferecida pelo conhecimento. A cultura, como o amor, não possui uma capacidade para obrigar, é contudo imperativo aceitar a responsabilidade pela existência da cultura europeia, respeitando e preservando uma civilização. Este precioso livro A ideia de Europa de George Steiner (editora gradiva, palestra, proferida no Nexus Institute) é de leitura recomendada em semana de eleições europeias, em que a palavra “Cultura”, esteve ausente da confrangedora campanha eleitoral dos nossos candidatos de recurso.

“A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. (…) Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da “ ideia da Europa.”

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Era uma vez um Barco chamado Autonomia

Manuel Ferreira 1995 edição Jornal de Cultura


"E, na satisfação da curiosidade geral, aquele diário("A União" 17 Maio de 1895) divulgava os primeiros detalhes da tresloucada aventura e do seu herói, "à procura da glória num barquinho feito de jornais justapostos e colados" a uma armação de madeira, tão leve como uma gaiola de canas, numa palavra - "um esquife"!
Assim conta Manuel Ferreira a louca aventura de Francisco Paula Barreto Corte Real, heroi terceirense, que nos finais do século XIX, apaixonou os açorianos com a sua viagem da Terceira para S.Miguel num barco de papel chamado Autonomia.

A Infância nos Livros

Alice é única. Não existe nenhuma personagem da História da Literatura que lhe chegue aos calcanhares.
É a primeira heroina criança.
É engraçada. É curiosa.
É valente. É emotiva.
Tem um apurado sentido da justiça. É esperta.
É sentimental. É lógica.
É rapariga.
Helena Vasconcelos