sábado, 20 de março de 2010

Como A Arte Antecipa A Ciência


O menino prodígio da divulgação científica “norte-americana”, o jovem Jonah Lehrer, é doutorado em neurociências e fez parte da equipa de Eric Kandel, Nobel da Medicina em 2000, mas já antes graduara-se em Literatura Inglesa e estudara também em Oxford, com uma famosa bolsa que é apenas atribuída a estudantes de excepção. Jonah Lhrer é editor da “Wired” e colaborador de publicações científicas de referência como a “ Nature”.

Proust era um Neurocientista é a aclamada estreia de Jonah Lehrer. A partir da obra de oito artistas, Lehrer pretende mostrar como a arte nos revelou os segredos da nossa mente muito antes de a ciência ter meios para o fazer. A forma como recordamos (Proust), ouvimos(Stravinsky) ou vemos (Cézanne) é explorada numa narrativa apaixonante, que ilumina o modo como percepcionamos a realidade. À luz deste livro, nunca mais leremos um romance de Virginia Wolf sem pensarmos na “consciência do eu”, ou um poema de Walt Whitaman sem evocarmos “o sentimento de si” de que nos falava António Damásio.

Paris, 1913, oito da noite, hora da estreia mundial de A Sagração da Primavera. Nesse mesmo ano, na mesma cidade, era publicado o primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido. Num ano apenas, a música e a literatura tinham mudado radicalmente de feição, e a arte de Stravinsky e de Proust antecipava, em quase um século, algumas das mais importantes descobertas da Neurociência.

Sem comentários: