domingo, 19 de dezembro de 2010

Sugestões de Natal I


Nelson Mandela é uma das figuras mais inspiradoras e icónicas dos nossos tempos. Agora, depois de uma vida inteira a passar para o papel pensamentos e acontecimentos, obstáculos e vitórias, o pai da nação arco-íris revela pela primeira vez o seu arquivo pessoal, e convida-nos a vislumbrar, como nunca, a sua vida extraordinária.
Em arquivo Íntimo, através de escritos nunca antes publicados, os leitores têm acesso ao homem privado por trás da figura pública.
Uma viagem fascinante por mais de cinco décadas de vida, Arquivo Íntimo é uma oportunidade única de passar tempo com Nelson Mandela, o homem, pelas suas próprias palavras.
Nelson Mandela Arquivo Íntimo, Ed. Objectiva



Talvez a melhor justificação para esta antologia esteja no modo como os poemas agora reunidos ilustram diferentes formas de diálogo da poesia portuguesa dos séculos XX e XXI com o cinema. A amplitude do corpus poético aqui apresentado e a diversidade das poéticas nele envolvidas comprovam que o cinema tem merecido uma atenção continuada por parte dos poetas portugueses. Foi a esta cumplicidade que procurámos dar relevo.
Poemas com Cinema, Ed. Assírio & Alvim

domingo, 12 de dezembro de 2010

Luz


António Barreto, Fotografias, Ed. Relógio D'Água
Interior de casa em Ponta Delgada (1992)

Têm Frio

“O livro tem resistido, sempre, a muita malvadeza ideológica, e não será o engodo das novas tecnologias que o fará definhar.
Só dentro de um livro as palavras aquecem o seu significado. Trazidas para um ecrã, elas nada sabem de si, e têm frio.”

Emanuel Jorge Botelho, (in) Jornal Terra Nostra, 3 de Novembro de 2010.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Centros de Urbanidade


Alexandria foi culta, tolerante e rica nos períodos mais áureos da sua magnífica biblioteca e tornou-se pobre e sombria, quando esta desapareceu nos mantos pouco diáfanos da intolerância e do fanatismo.
Era através da antiquíssima Biblos, cidade fenícia, que se exportava para o mundo então conhecido a base para produzir e registar conhecimento: o papiro.
Conhecimento questionador e emancipador da humanidade, lenta e laboriosamente reunido em bibliotecas, que como tal, são evidentemente símbolo e sinónimo do cosmopolitismo das próprias cidades onde se situam. Variada, ampla, atenta, disponível, multifacetada. Pelo mundo fora há bibliotecas que fazem um trabalho notável na sua oferta de conhecimento, de actividades culturais e de expressões cívicas, das crianças aos idosos. São centros de urbanidade, nós de redes relacionais, marcos de desenvolvimento.
O anuncio da construção de uma nova biblioteca municipal na cidade da Ribeira Grande, assim como a construção da Biblioteca de Angra, são dois belos exemplos que nos mostram como em cada cidade, e tão central como a praça, o jardim, o mercado, deveria haver uma biblioteca e assim a esperança existir em nós, que trabalham para que o saber e a relação ocupe as suas cidades, e assim se construa um futuro melhor.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Defesa do Livro

Patti Smith por Robert Mapplethorpe



“Por mais que avancemos tecnologicamente, por favor, não abandonem o livro”
Patti Smith

A cantora, poeta e compositora, Patti Smith, ganhou o National Book Award na categoria de não ficção com Just Kids, livro no qual evoca a sua relação com o fotógrafo Robert Mapplethorpe, na Nova Iorque boémia dos anos 60 e 70. Foi quando trabalhava na livraria Scribner, em Manhattan, no final dos anos 60, que Patti Smith conheceu o artista da sua vida. Tornaram-se amantes e amigos (até à morte do fotógrafo, em 1989). Nessa altura, enquanto arrumava os livros nas estantes, Patti sonhava com o dia em que iria ser ela a escrever um livro. Artista multifacetada, lançou o seu primeiro livro de poesia, Seventh Heaven, em 1972, antes mesmo de ter editado o seu primeiro e incontornável álbum, Horses, em 1975, tornando-se a partir daí uma das estrelas mais influentes da cultura americana. Emocionou-se ao receber o prémio, e pediu aos 650 convidados para a cerimónia, de entrega do National Book Award, que não abandonem o livro, a coisa mais importante na sua vida.
Nesta história o que mais me interessa, mais que o prémio inteiramente merecido, é a ligação e defesa do livro por parte de Patti Smith, (da qual sempre foi grande admirador), mas também a relação entre livros, paixão, livraria, amor.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Tragédia de Uma Família Açoriana de Maria Filomena Mónica


Descendente de uma ilustre família açoriana, José do Canto apaixonou desde logo Maria Filomena Mónica que lhe dedica a obra que já classificou como o "livro da sua vida". Nascido em 1820, José do Canto era, no sentido próprio do termo, um "vitoriano". Apesar de natural de São Miguel e não de Inglaterra, a sua cultura era cosmopolita, sem no entanto jamais deixar de ter saudades da neblina, do mar e das laranjeiras da sua ilha - que queria perfeita. Foi por isso que a deixou e, por isso, que, muitos anos passados, a ela voltou. Nesta obra biográfica, Maria Filomena Mónica conta a história desta família em várias gerações, num retrato vívido e apaixonante de uma época.

« É a história do século XIX, do Portugal insular, da crença no progresso e na educação.
É uma história de grandes expectativas e de grandes desilusões. Mas além disso, é a história de pessoas: José do Canto, as suas irmãs, a sua mulher, a sua mulher, os seus filhos, os seus amigos. Ouvimo-los falar, quase os vemos viver. É um estudo histórico rigoroso, que não ocultou a matéria que resiste às categorias e explicações do historiador: a vida dos outros, em outros tempos, tal como eles a sonharam e sofreram»

Rui Ramos

Os Cantos A Tragédia De Uma Família Açoriana de Maria Filomena Mónica, Aletheia Editores.

À venda na livraria SolMar.


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ExtraTexto


Prémio Teixeira de Pascoaes

Anthero Areia & Água de Armando da Silva Carvalho, edição da Assirio & Alvim ganhou o prémio de poesia Teixeira de Pascoaes.

Rasgadas as palavras de abandono
E luta. Mas a Terra é a escrita,
E o livro o Universo.

sábado, 13 de novembro de 2010

Hoje no Expresso - small song de Renata Correia Botelho

Esta poesia - trata-se aqui do segundo livro de Renata Correia Botelho impõe-se pela densidade de uma tonalidade afetiva, que é a da tristeza e do luto. Esse é o seu território exclusivo, onde se abrem abismos de estranheza, mesmo no interior do que é familiar. Conseguir manter sem interrupções esta tonalidade musical sem ceder aos apelos fáceis da subjetividade Iírica, eis o que faz deste livro um momento alto da poesia portuguesa mais recente. O título é retirado de uma canção de Lhasa de Sela, cantora americana que morreu em Janeiro deste ano, com 37 anos. É ela a figura de invocação da segunda parte do livro, toda ela uma canção lutuosa que irradia uma dimensão inquietante em todas as direções. Trata-se de uma beleza sinistra a que o trabalho da memória dá forma, desde o primeiro poema do livro: "A minha infância tem uma árvore/ assombrosa, é uma bela história de amor/entre as nossas mãos pequeninas/ e aqueles seus braços enormes, bravos e/ loucos como o riso das mães,/ que faziam abrandar o medo e a tarde." Sombras, fantasmas, demónios, escuridão: estes são os tropismos de "Small Song", não para projetar sobre a paisagem interior e exterior uma óbvia luz negra, mas para introduzir uma estranheza fundamental que é a do horizonte da morte. Esse é o tema fundamental deste livro, perseguido com obstinação e rigor, não como quem se defronta com o irrepresentável, mas como quem apreende em todo o lado as suas manifestações, as suas figurações expansivas, sob cujo signo tudo se apresenta. E, no entanto, triunfa uma serenidade e uma resistência a qualquer elevação retórica: esta poesia torna grandes as pequenas perceções, escava abismos temporais no plano presente, no aqui e agora. Aparentemente, com recursos mínimos.

António Guerreiro, Expresso 13 Novembro 2010.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A beleza e o inferno

Roberto Saviano, jornalista que, infiltrado durante anos no seio da Máfia napolitana, denunciou a organização criminosa no seu livro “Gomorra”, best-seller que deu origem a um filme, galardoado com o prémio do juri do festival de Cannes. Com a cabeça a prémio, Saviano tem andado em fuga permanente, clandestino no mundo. Estou a ler o livro que publicou a seguir a “Gomorra” que se intitula “A Beleza e o Inferno”. À sua vida de foragido, ao conhecimento da podridão, contrapõe a beleza, os focos de beleza que surgem no meio do inferno. É um conjunto de narrativas poderosas pelo seu humanismo, pela elegância das palavras, pela articulação do pensamento. Se por um lado, nos faz perder a esperança na humanidade, escrevendo sobre os malefícios do polvo napolitano, logo nos levanta com a descrição do esforço sobre humano de Lionel Messi, futebolista conhecido como “a pulga”, para, contrariando as suas limitações físicas se impõe com um dos grandes futebolistas de sempre. E de Joe Pistone do FBI que nos anos setenta, infiltrado numa família mafiosa fez julgar e condenar cerca de 150 pessoas envolvidas em actividades ilícitas. Durante seis anos longe da sua própria família Pistone teve de sobreviver ao medo. Ainda é foragido, com a cabeça a prémio, mas aprendeu a viver com esse peso imbuído com o sentido de justiça dos anos em que foi Donnie Brasco o seu nome de infiltrado que deu origem ao filme homónimo. “Nunca tive realmente medo. Se o tiveres lêem-to na cara. Estava sempre alerta. Sabia sempre que se tivesse feito um erro podia morrer. E o medo faz-te cometer erros.”
Roberto Saviano é um homem com coragem, como há poucos, empenhado num mundo melhor. É uma lição. “Escrever, não prescindir das minhas palavras, significou não me perder, não me dar por vencido, não desesperar.”

POPVILLE

Um Pop - Up fascinante, arquitectural e labiríntico sobre a metamorfose de uma cidade. Página após página, a cidade forma-se em volume depois do primeiro campanário, eis as novas casas, depois os edifícios, a abertura de estradas, a construção de uma estação e, finalmente as grandes torres que se erguem.
Um encanto visual, semelhante a um jogo de cubos, de Anouck Boisrobert e Louis Rigaud, com texto de de Joy Sorman, uma edição da bruaá editora.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fernando Aires 1928 - 2010




«Desde então, começaram a habituar as mãos uma na outra quase sem darem por isso, até que de uma vez, sem combinarem coisa nenhuma, encaminharam-se ao Aqueduto, entraram no Jardim Botânico – e foi num banco da Avenida das Tílias, ao som do repuxo do tanque, que ele se voltou, a olhou nos olhos, nos cabelos tão raros. As sombras errantes das tílias com súbitas cintilações. E a ternura – aquilo que foi aprendendo a chamar de ternura –, assim uma coisa intensa a rebentar-lhe dos olhos, e por dentro, sobretudo por dentro. Quase como um choro silencioso. Quase como.»

Fernando Aires, A Ilha de Nunca Mais, Lisboa, Salamandra, 2000 (Ficção).

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

As Aventuras de Augie March



É voz corrente que As Aventuras de Augie March equivalem, no século XX, às de Huckleberry Finn; e que Augie March é o Tom Jones do West-Side de Chicago, ou o Wilhelm Meister dos anos da depressão. Martin Amis, por exemplo, diz que As Aventuras de Augie March é o grande romance da literatura americana, e que não vale a pena procurar mais.
Nesta narrativa picaresca das glórias e vicissitudes da fortuna, o herói, um homem de qualidades indefiníveis, cuja motivação principal é a busca do amor, conta a sua história.
Esta envolve uma inigualável gama de esquemas e episódios mirabolantes – que vão do trato com pugilistas ao contrabando de emigrantes; do roubo de livros à organização de sindicatos; da segurança de Trotski, no México, ao treino de águias temperamentais na caça de lagartos gigantes, ou ao resgate da humanidade pela abolição do aborrecimento.
Escusado será dizer que estes projectos são acompanhados (ou interrompidos ) por relações com mulheres fortes, sempre excelentes amantes, e às vezes ricas.
Em As Aventuras de Augie March, Saul Bellow regressa à forma primordial do romance – o romance de formação – sempre consentânea com a observação humorística da variedade humana – fértil na criação de personagens – e a preferência da vida sobre a arte.
As Aventuras de Augie March de Saul Bellow, Ed. Quetzal

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tarde Cultural


A Livraria Solmar Artes e Letras e o 9500 Cineclube promovem no próximo dia 6 de Novembro uma Tarde Cultural durante a qual acontecerá a comemoração do trigésimo aniversário da realização do filme “Manhã Submersa” - (da autoria de Lauro António, a partir da obra homónima do escritor Vergílio Ferreira) - bem como a evocação dos vinte anos da morte do dramaturgo e poeta Carlos Wallenstein que também participa no referido filme.

Esta tarde cultural que se insere nas comemorações dos 20 anos da Livraria Solmar terá ínicio pelas 17.00h, no espaço da livraria, com uma intervenção da Srª. Professora Doutora Rosa Goulart focada na vida e obra de Vergílio Ferreira seguida de intervenção do actor José Wallenstein centrada na obra do seu pai.
Pelas 18.00h sala de cinema do Solmar Avenida Center será exibido o filme “Manhã Submersa” realizado por Lauro António em 1980.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

domingo, 31 de outubro de 2010

Femme Fatale - Aloe Blacc

O Gato



O gato dos meus vizinhos é
doméstico meiguinho
ocioso castrado


Mas, agora fixa os pássaros
poisados no parapeito
e ao mínimo piar estremece


por momentos fica assanhado
contra a mentira indolente domesticada
da sua vida


Num campo de nada de Marta Furtado.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Urbano Bettencourt lança livro na Livraria Solmar

Urbano Bettencourt lança "Que Paisagens Apagarás" from ARTilharia TV on Vimeo.

Na Livraria Solmar(Ponta Delgada). Uma edição Publiçor com apresentação de Vamberto Freitas

domingo, 24 de outubro de 2010

A Epopeia de Gonçalo M. Tavares



Uma Viagem à Índia, com consciência aguda da sua ficcionalidade, navega e vive entre os ecos de mil textos-objectos do nosso imaginário de leitores. Como todos os grandes livros, este é um deles.
Eduardo Lourenço

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Renata Correia Botelho (in) Público

Fotografia de Mário Roberto


« Renata Correia Botelho, embora não seja a única espectadora dos pequenos detalhes que por aqui vão surgindo, mostra-se capaz de notar e encadear, de uma forma tão singular e aguda, os terramotos que, por vezes, abalam o quotidiano de cada um e que se manifestam em factos tão comuns, como a perda de uma referência que nos habituamos a ter como garantida. Sem "Small Song", é bem provável que grande parte desses detalhes não se votassem a outra coisa que à ausência.»
Crítica por David Teles Pereira (in) Público/ ípsilon 22 de Outubro 2010.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Que paisagem apagarás

Hoje na livraria, apresentação do livro de Urbano Bettencourt, Que paisagem apagarás, uma edição da Publiçor.
A apresentação, marcada para as 20h30, estará a cargo do crítico literário e ensaísta Vamberto Freitas, leitor de língua inglesa na Universidade dos Açores
.

Trata-se de um conjunto de narrativas de diferentes dimensões e muito diversificadas nos seus registos e procedimentos, bem como nas suas representações espaciais, entre o literário e o geográfico, insular ou nem tanto como isso.
Por altura da apresentação ocorrida em 30 de Julho passado, na Biblioteca Municipal de São Roque do Pico, o escritor Carlos Alberto Machado afirmou:

«Uma das coisas com que gosto de me relacionar na escrita poética de Urbano Bettencourt é o seu modo, ou modos, de falar das suas ilhas – de aquela onde nasceu e das outras por onde passou ou em que viveu. Passam os anos e com eles a maneira como nos relacionamos com o nosso mundo, os modos como o filtramos, ou, se quiserem, os modos como o construímos. De algum modo, o olhar poético é essa particular querela de nós com o mundo e de como nela e por ela o escrevemos e nos escrevemos a nós próprios, isto, é, de como cada um de nós se faz um ser diferente dos outros seres. O mundo de ilhas do Urbano não é seguramente o do folclore institucional a que se obrigam os que sofrem de falta de imaginação – e lá vêm então vulcões, magmas, nuvens e neblinas, baleias e baleeiros e mais uma mão cheia de lugares comuns que deveriam apenas, para sossego dos nossos olhos e dos nossos ouvidos, adornar bilhetes postais e outros souvenirs».

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Lágrima

A Lágrima
Edição comemorativa dos 160 anos do nascimento de Guerra Junqueiro, no âmbito de Centenário da República Portuguesa, uma edição da Lello Editores,
capa e ilustrações de Urbano.
À venda na livraria SolMar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Imaginários Luso - Americanos e Açorianos

Novo livro de Vamberto Freitas
IMAGINÁRIOS LUSO-AMERICANOS E AÇORIANOS
Lançamento em Ponta Delgada dia 28 Outubro pelas 21h00
na Biblioteca Pública e Arquivo Regional.


Há pessoas que, por sua arte e engenho, são capazes de modificar seu tempo. Este é o caso de Vamberto Freitas. Sua acção de professor, crítico e ensaísta, há muito estabelece pontes por este nosso Atlântico, firmando-as como união entre pátrias que têm sua base linguística e cultural na lusofonia. Seu persistente trabalho é capaz de vitalizar, em grau superior, o sistema literário açoriano, entrelaçando-o à matriz portuguesa continental e articulando-o em suas múltiplas possibilidades e metamorfoses no solo das Américas. É um intelectual “de cá” e “de lá”, movendo-se sempre com refinamento, eficiência e originalidade. Um novo livro de Vamberto Freitas não é apenas um lançamento; é uma celebração.

Luiz Antonio de Assis Brasil
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Gasolineiro da Povoação Devorador de Clássicos

Fotografia de Mário Nelson


A fabulosa história de Ângelo Bento Melo, gasolineiro da Vila da Povoação em S.Miguel, devorador de clássicos, é nos contada num texto de Onésimo Teotónio Almeida na revista Ler deste mês.
Victor Hugo, Jorge Luis Borges, Ferreira de Castro, Eça, Guimarães Rosa, Selma Lagerlöf, Saramago, Garcia Marquez, Faulkner, numa lista infindável este homem de 56 anos, depois de um dia de trabalho na bomba de gasolina, dedica todo o seu tempo livre à leitura, «Aqui à dias estive a ler poesia de Antero, fui para a cama os galos já cantavam. Devo dizer que a literatura é um tema inesgotável, todos os dias se publicam livros, há tantos bons livros no mercado, que seria muito bom que as pessoas dessem mais importância à leitura do que dão a outras coisas banais que em nada contribuem para o seu bem-estar social, até pelo contrário, só ajuda a agitar a ordem social.».
Na última vez que Onésimo se cruzou com Ângelo Bento Melo, na livraria Solmar, em Ponta Delgada este comprara A Montanha Mágica e A Pianista.
Para saber toda a história deste açoriano devorador de livros leia a Ler.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Nossa Biblioteca



Livro vencedor do prestigiado World Fantasy Award A Biblioteca reune seis historias fantásticas ligadas à bibliofilia, fazendo-nos pensar em Jorge Luis Borges e na sua biblioteca infinita, mas também no universo de Kafka ou de Umberto Eco. No conto de abertura, um escritor descobre um site onde todos os seus livros, inclusive os que ainda não escreveu descobre um site onde todos os seus livros, inclusive os que ainda não escreveu, se podem consultar; num outro, uma comum biblioteca transforma-se durante a noite num arquivo de almas; noutro, ainda, o Diabo decide establecer os niveis da literacia infernal...

A biblioteca virtual
A biblioteca particular
A biblioteca nocturna
A biblioteca infernal
A biblioteca minimal
A biblioteca requintada

A Biblioteca de ZORAN ZIVKOVIC numa edição da Cavalo de Ferro.

ZORAN nasceu em 1948 na Jugloslávia, actual Sérvia, na cidade de Belgrado, onde vive. É Autor de uma vasta obra ficcional, traduzida com sucesso em várias línguas, que faz dele um dos autores mais interressantes da narrativa contemporânea.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Man Booker Prize 2010


O britânico Howard Jacobson com The Finkler Question ( Bloomsbury)
é o vencedor do Man Booker Prize 2010.
Para já só em inglês.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

feliz aniversário - a nós os dois

Robert Frank


"Onde ir buscá-los, como alargar também os espaços dos meus afectos?
Na Livraria SolMar, naturalmente. Foi aqui que desde logo os encontrei a todos, e o José Carlos e o Albano depressa me fizeram sentir em casa, impatriado, por assim dizer. A Livraria, portanto, faz parte do meu imaginário micaelense, é-me tão natural como o mar que lhe está em frente, como o danado ventinho que sopra constantemente nesta avenida, como as portas que marcam para todos esta nossa cidade de Ponta Delgada.
Entro aqui praticamente todos os dias, leio ou compro os meus livros, falamos do que os outros dizem de nós e nós deles, planeamos encontros culturais, ouvimos música e damos sempre as bem-vindas a quem entra sem cara de aborrecido. Se falo deste modo íntimo ou familiar é porque assim sempre me senti. "

A Ilha Em Frente de Vamberto de Freitas, Edições Salamandra.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Prémio Nobel da Literatura -Mario Vargas Llosa

Escritor peruano Mario Vargas Llosa ganha o Nobel da Literatura 2010
Publicado em Portugal pela editora Dom. Quixote.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

The Book - Birdwatching in the Azores


With this book we hope to contribute to the general Knowledge of the Azorean avifauna.

domingo, 3 de outubro de 2010

Os Açores vistos por Mark Twain



“ Suponho que na América pouco se sabe dos Açores. De todos os passageiros do nosso paquete, não havia um único que soubesse o que fosse sobre estas ilhas (…). A comunidade é principalmente portuguesa – ou seja, pobre, apática, modorrenta e preguiçosa (…). A população das ilhas perfaz cerca de 200 000 almas, quase todas portuguesas. Tudo está perfeitamente establecido, visto que a região já tinha cem anos quando Colombo descobriu a América. A colheita principal é o milho, que eles cultivam e moem tal e qual faziam os seus tetravós (…). Os bois pisam os espigas de trigo, segundo o costume do tempo de Matusalém. Não há um único carrinho de mão em toda a terra: levam tudo à cabeça, ou em cima das mulas, ou numa carroça com caixa de vime e rodas de madeira maciça cujo os eixos giram em simultâneo com as rodas. Não há qualquer arado moderno naquelas ilhas, e nem uma só ceifeira. Todas as tentativas de introduzir essas ferramentas agrícolas falharam. Os bons católicos dos portugueses benzeram-se e pediram a Deus que os guardasse do desejo herético de quererem saber mais do que os seus pais antes deles. O clima é ameno; nunca têm neve ou gelo, e não há uma única chaminé em toda a povoação. Os burros e os homens, as mulheres, e as crianças da família comem e dormem todos na mesma casa, e apresentam-se sujos, cheios de bichos e extremamente felizes. As pessoas mentem e enganam os estrangeiros, e são terrivelmente ignorantes e não têm quase nenhum respeito pelos mortos. Por esta última característica bem se vê que são pouco melhores do que os burros com que dormem e comem.”

Excerto de A Viagem dos Inocentes de Mark Twain, edição Tinta da China de 2010, originalmente publicado em 1869.


A Viagem dos Inocentes é a primeira edição portuguesa de um dos grandes clássicos da literatura de viagens.
Mark Twain, «pai da literatura americana», parte num navio em direcção à Europa, passando pelos Açores. Entre os seus destinos incluem-se Marrocos, França, Itália, Grécia, Rússia e, mais a oriente, os lugares bíblicos.
Na verdade, este foi o maior sucesso literário que Mark Twain conheceu em vida.

Mark Twain é corrosivo e cruel na descrição e considerações sobre os Açores.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hoje na SolMar - small song de Renata Correia Botelho

Deus Nos Lírios



sinto deus, todas as noites, nos lírios
de Monet. olham por mim,
por esta sombra incerta que morre
aos poucos comigo, cobrem
de seiva viva a escuridão da casa
e afastam os demónios
que se escondem nas frestas do sono.


pela manhã, junto as pétalas tenras
caídas no lençol, e rezo baixinho,
com os pardais, um verso branco.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Novo livro de Renata Correia Botelho




O Grande Pássaro



no tempo de uma mão acontecem
vidas inteiras: a solidão, o milagre
do amor, corpos que se evadem
do papel e se aninham entre os dedos,
e respiram pela nossa boca
e engendram connosco monstros na noite.


até à página em que o grande pássaro
nos transporta, no silêncio do seu voo,
para a imensa hora azul, aquela linha
secreta do encontro das sombras,
e, num dizer mudo de asas, nos põe no colo
o livro onde, finalmente, viveremos.

domingo, 12 de setembro de 2010

O Voo das Aves

Estorninho-malhado
Observação de Aves dos Açores
Fotografia de Joana Micael


"Pouco do mundo teremos visto se não tivermos olhado os pássaros. Nem o imenso céu parece ter razão de ser se não for albergar o voo das aves."

Mia Couto, Pensageiro Frequente.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Observação de Aves nos Açores - Edição Artes e Letras

O arquipélago dos Açores, situado no meio do oceano Atlântico entre o continente Europeu e Americano, é um local de grande interesse para a observação de aves, revelando-se como um dos destinos mais populares para birdwatchers na Europa.

Observação de Aves nos Açores de Pedro Rodrigues e Gerbrand Michielsen, editado em português e inglês pela Artes e Letras.


domingo, 5 de setembro de 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

Renascer de Susan Sontag

Susan Sontag by Annie Leibovitz


"Conheço agora alguma da minha capacidade…Sei o que quero fazer com a minha vida, tudo isto sendo tão simples, mas tão difícil para mim sabê-lo no passado. Quero dormir com muitas pessoas – quero viver e odeio morrer – não vou ensinar, nem tirar um mestrado depois de fazer a licenciatura… Não tenciono deixar que o meu intelecto tome conta de mim, e a última coisa que quero fazer é admirar o conhecimento! Não quero saber da agregação de factos a ninguém, excepto quando for um reflexo (da) sensibilidade básica que necessito… Tenciono fazer tudo… para ter forma de avaliar experiências – provoca-me prazer ou dor, e serei muito cuidadosa para evitar o doloroso – Anteciparei o prazer por toda a parte e irei encontrá-la, também, porque está por toda a parte! Vou envolver-me inteiramente… tudo importa!"


Renascer é o primeiro dos três volumes de diários e apontamentos de Susan Sontag , editado pela Quetzal. Um auto-retrato de uma das maiores escritoras e pensadoras do nosso tempo, dotada de uma curiosidade voraz e de um intenso apetite pela vida. Ao longo das suas páginas compreendemos a complexidade da sua escrita de juventude, partilhamos encontros com escritores que tiveram um papel de destaque na sua formação – e somos arrebatados pelo seu brilho incontestável.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Feitiço Destas Ilhas

Fotografia de Paulo Cabral Silva



“Estou no Faial e sou um manuscrito, ou, melhor dito, imagino que sou, jogo a sonhar que sou a memória andante da literatura, estou nos Açores, na ilha do Faial, frente à ilha do Pico, e desta vez viajei com o meu diário, estou no meio do Atlântico, longe da Europa e longe América, suspeitando por vezes que a distância é o feitiço destas ilhas.”

O Mal de Montano de Henrique Vila-Matas, Ed. Teorema, 2004.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Poesia Documental

A companhia de bailado Le Ballet de l'Opera de Paris é uma das melhores e mais conceituadas do mundo. Em «A Dança» Frederick Wiseman filma o quotidiano da escola francesa de ballet conhecida pela sua exigência e rigor. Para ver quando e onde?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eu Sou Heathcliff

“ Os meus grandes tormentos neste mundo têm sido os tormentos de Heathcliff, e eu observei e senti cada um deles desde o princípio; o meu grande pensamento na vida é ele. Se tudo o mais desaparecesse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, o universo transformar-se-ia um imenso desconhecido. Eu não pareceria uma parte dele. O meu amor por Linton é uma folhagem das florestas. O tempo há-de mudá-lo, tenho perfeita consciência disso, como o Inverno muda as árvores. O meu amor por Heathcliff assemelha-se às rochas eternas que existem por baixo: uma fonte de pouco deleite visível, mas necessárias. Nelly, eu sou Heathcliff, ele está sempre na minha mente, não como um prazer, do mesmo modo que eu não sou sempre um prazer para mim mesma, mas como o meu próprio ser. Por isso, não volte a falar da nossa separação. É impraticável. E…”


O Monte dos Vendavais é uma das grandes obras-primas da literatura inglesa. Único romance escrito por Emily Brontë, é a narrativa poderosa e tragicamente bela da paixão de Heathcliff e Catherine Earnshaw, de um amor tempestuoso e quase demoníaco que acabará por afectar as vidas de todos aqueles que os rodeiam como uma maldição.
Grandes livros são intemporais.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dublinesca de Enrique Vila-Matas

Novo Romance de Enrique vila-Matas publicado em Espanha pela Seix Barral. Em Portugal a ser traduzido para a Teorema.

Beatriz e Virgílio



Henry, um escritor reconhecido, decide escrever um livro, meio ficção e meio ensaio, como forma de abordar todos os aspectos de um mesmo tema. Completamente desencorajado pelos seus editores, desiste do projecto e vai viver para outra cidade. Aí, contudo, continua a receber cartas de leitores e, um dia, um taxidermista escreve-lhe a pedir ajuda. Henry apercebe-se então de que estão ambos a tentar escrever sobre o mesmo tema. Um livro polémico e provocador, que confirma o autor de A Vida de Pi, o Man Booker Prize de 2002, como um dos mais surpreendentes escritores canadianos da actualidade.

Beatriz e Virgílio de Yann Martel, Ed.Presença.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ficções em espelho



“ Quando o avião passou sobre a linha oblíqua do molhe, ganhando os ares em direcção ao nascente, R. Blaine olhou as águas baças da baía onde nenhum navio se espelhava e pensou que há, por vezes, feridas tão fundas como o tempo, que atravessam o seu interior sem perturbar a estagnação dos dias. Talvez Ilsa L pudesse vir a tornar-se a sua ferida mais obscura, a flor intangível que se guarda longe dos olhares estranhos. Isso, porem, seria ainda uma forma de prolongar a memória de um tempo de que, afinal, não sabia se gostaria de libertar-se ou não. Em baixo, na Avenida, os automóveis continuavam a circular demoradamente, mas a difusa vibração do ar que atravessava as grandes janelas da Livraria era ainda um derradeiro sinal do avião em que Ilsa L se perdia, quem sabe se para sempre, no interior das nuvens paradas sobre o mar.”


Que Paisagem Apagarás de Urbano Bettencourt, Ed. Publiçor. 2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pensageiro




“ Parte dos turistas toma banho, outros se ocupam a apanhar conchas e búzios. O meu afazer é não me ocupar de nada. A minha felicidade é perder pensamento, perto, existe algo chamado «realidade». As garças cinzentas passam com lentidão de barco e parecem dar-me razão: o paraíso não é um lugar, é um breve momento que conquistamos dentro de nós.”

Pensageiro Frequente, Mia Couto, Ed. Caminho.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Valor do Vento

Vicente Van Gogh



O VALOR DO VENTO


Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e
só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento
O vento actualmente vale oitenta escudos
Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto

Ruy Belo, País Possível, in Todos os Poemas

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

1954-2010

António Jorge Peres Feio

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Novo livro de Urbano Bettencourt





QUE PAISAGEM APAGARÁS
– novo livro de Urbano Bettencourt

Encontra-se já disponível no mercado o novo livro de Urbano Bettencourt, Que paisagem apagarás, numa edição da Publiçor.
Que paisagem apagarás reúne uma série de narrativas em parte dispersas por diferentes publicações, algumas delas em suporte electrónico, ao lado de outras ainda inéditas. Ao lado das narrativas mais longas, é possível histórias curtas, especialmente na segunda parte do livro, uma secção com características muito particulares, dada a contenção, quase mesmo a «rarefacção» textual.
Em entrevista concedida ao jornal «Terra Nostra» (2 de Julho de 2010), o autor afirma: «O “Urbano” que aí se pode encontrar é aquele que no interior do próprio livro, e já quase no final, é acusado de “rapinar títulos, versos e até períodos inteiros” dos livros alheios e não pode desmentir isso e acha que a ironia, tal como a caridade, deve começar por casa.»
Nesse mesmo sentido, aliás, se pronuncia Vamberto Freitas, citado na contracapa, que escreve: «Urbano cultiva, desde o início, na sua poesia uma aguda ironia e certo grau de ambiguidade na abordagem do mundo ilhéu açoriano ou mais vastamente português. A sua linguagem poética está decididamente vincada por uma insistente imagística e demais andamentos ora de denúncia da desolação societal, ora de dialogismo entre autores e textos das mais próximas e distantes geografias reais e imaginárias; é a poética de uma dialéctica entre a realidade estática e a fuga através da pura fantasia.”
Que paisagem apagarás tem uma primeira apresentação pública marcada para o dia 30 de Julho, na Biblioteca Municipal de S. Roque do Pico, e no âmbito das festividades do “Cais Agosto”. A apresentação do livro estará a cargo de Carlos Alberto Machado. Mais informo de que a apresentação em Ponta Delgada será na Livraria Solmar no próximo Outono com data a divulgar.

Título: Que paisagem apagarás
Autor: Urbano Bettencourt
Editor: Publiçor
P.V.P: 14 euros

segunda-feira, 26 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

Mau Tempo No Canal na BIS

" Mau Tempo No Canal, publicado em 1944 é agora um dos novos títulos da BIS, colecção de livros de pequeno formato, retrata a sociedade açoriana, em especial a sociedade estratificada da cidade da Horta. Conta a história de um amor entre Margarida Clark Dulmo e de João Garcia e das relações tensas entre as suas famílias. Sobre o livro escreveu David Mourão Ferreira: Não há, no género, obra alguma que se lhe compare na literatura portuguesa deste século; nem há talvez obra romanesca mais complexa, mais variada, mais densa e mais subtil, em toda a nossa história literária." O autor Vitorino Nemésio (1901-1978), nasceu na ilha Terceira. Em 1965 recebeu o Prémio Nacional da Literatura e em 1974 o Prémio Montaigne."

(in) Publico 23 Julho 2010

Mau tempo No Canal de Vitorino Nemésio, Ed. Leya, P.V.P 7.50€

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Prof. Linhares Furtado lança livro na SolMar

Prof. Doutor A. J. Linhares Furtado lança livro Transplantação de Orgãos Abdominais em Coimbra, no proximo dia 29 de Julho, pelas 19h00.
A obra será apresentada pelo Dr. Henrique de Aguiar.
A venda deste livro reverte, na íntegra, para a Associação Nacional das Crianças e Jovens Transplantados ou com Doenças Crónicas Hepáticas.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

The Reflecting Pool

George Steiner em The New Yorker



Nesta colectânea de ensaios publicados em The New Yorker, a amplitude e a profundidade dos conhecimentos de George Steiner são, uma vez mais, evidentes, revelando a sua aptidão excepcional para identificar importantes figuras esquecidas da História, como Albert Speer, arquitecto e ministro do armamento de Hitler que passou quase vinte anos na prisão de Spandau, e uma enorme capacidade de reavaliação e questionamento, como a análise pertinente e original que faz da obra 1984, de George Orwell.
Os ensaios de Steiner são proezas de síntese, interpretação, inteligência, e versatilidade, abarcando um amplo espectro: Graham Greene, Borges, Webern, Thomas Bernhard, o xadrez, Celine, Cioran, Canetti, Brecht, Anthony Blunt (historiador de arte britânico e espião soviético), e muitos outros. O volume encontra-se organizado tematicamente: história e política, escrita e escritores, pensadores e estudos de vidas.
George Steiner em The New Yorker, Ed. Gradiva, 2010.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Complexo de Portnoy

Philip Roth/Nicola Jennings 2008

Pina Bausch Ensaio Biográfico



“Quantas memórias cabem num gesto? Quantos sorrisos são promessas de beijos? Quantos abraços ameaçam de morte um corpo? O palco enchia-se de vida. «A vida toda lá dentro», dizia Pina Bausch. Durante muitos anos, foi uma vida de sentimento, à beira do abismo, da queda, da agressão, do sofrimento, do desespero, da ausência. E uma perturbadora estranheza. Como um sonho. Mas um sonho muito humano.”
Claudia Galhós

Pina Bausch, Ensaio Biográfico, Claudia Galhós, Ed. D.Quixote.

Navegação Ponto por Ponto

Gore Vidal
.
Navegação Ponto por Ponto é um livro de memórias inteligente e elegante. Vidal começa com pequenas observações que crescem até ascenderem à sua devida grandiosidade. Um livro fluente, carregado de humor, simples, mas nunca simplista, vivo e glamoroso. Um livro de memórias imperdível.


“Ao contrário do que muitos acreditam, a fama literária nada tem a ver com a excelência ou com a verdadeira glória ou até mesmo com a posição de um escritor no programa do departamento de inglês de uma universidade, por si tão remoto da Ágora como o caminho sombrio da Academia. Para qualquer artista, a fama é até que ponto agora acha interessante a sua obra mais recente. Se o que ele escreveu só é conhecido de alguns outros praticantes ou de entusiastas (Faulkner comparava os amantes de literatura a criadores de cães, poucos em número, mas loucamente apaixonados por características individuais), então o artista não só não é famoso como é irrelevante para a sua época, a única época que tem; nem pode sonhar com leitores ávidos séculos mais tarde, como Stendhal. Se os romances e os poemas não interessam à Ágora hoje, por volta do ano de 3091 tais artefactos já não existirão, excepto como objectos de curiosidade monástica. Isto não é uma coisa boa nem é má. É simplesmente uma coisa não famosa.”

Navegação Ponto por Ponto, Memórias 1964-2006, Gore Vidal, Ed. Casa das Letras.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dave Eggers


O que Dave Eggers encontrou na lama deixada pelo Katrina, e que deu origem a Zeitoun, é a história de carne e osso de uma única família que ele conta acertando em mais alvos e com maior vigor do que aqueles que atacaram os gigantes temáticos e históricos desta catástrofe. O resultado é grande narrativa de não-ficcional. Zeitoun é o nome, portanto, da família no meio da tempestade. E Abdulrahman Zeitoun é um americano-sírio de meia-idade, marido de Kathy, oriunda de uma família baptista do Sul, pai de quatro filhos e dono de uma empresa de pintura para a costrução civil. Zeitoun trabalha e cuida dos seus, na América e na Síria, e é um vizinho exemplar.Quando a tragédia se abate, e Kathy está a salvo com os filhos em Baton n Rouge, Zeitoun fica para trás, em Nova Orleães, a pretexto de olhar pelo que é seu. Nesse momento não sabe ainda que a sua permanência terá um desígnio maior e que, dia após dia, remará a sua canoa pela cidade submersa salvando dezenas de pessoas.

Zeitoun de Dave Eggers, Ed. Quetazl.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Novo livro de Álamo de Oliveira

mar com poeta dentro


o corpo da ilha não tem nome
próprio de quem se rodeia de orvalhos antigos.
quando navega não tem
rumo nem destino.
no cais a penumbra branca desce
sobre a viagem adormecida.


desconhece-se que poeta foi ver o mar por dentro.
mas sabe-se quem grafitou com sonhos
os muros da solidão.


andanças de pedra e cal de Álamo de Oliveira, 2010

sábado, 26 de junho de 2010

Dias com Mafalda


«Esta é a comida que eu gosto de cozinhar agora. Saborosa, nutritiva, rápida, fácil e reconfortante. Reflecte esta etapa da minha vida. Não é necessariamente complicada mas é comida verdadeira pela qual cada vez mais me sinto atraída, são estas as receitas que me dão vontade de ir para a cozinha e cozinhar todos os dias. São estas receitas que cozinho para a minha família e amigos.
Eu espero sinceramente que estas receitas vos tragam inspiração. E gostaria de vos lançar um desafio: por mais ocupados que estejam arranjem um pouco de tempo, nem que seja só alguns dias da semana, para cozinharem para a vossa família e amigos – façam uma pausa, sentem-se, apreciem e desfrutem a magia de comer uma refeição caseira. Afinal estas são receitas com comida verdadeira para pessoas de verdade… que são vocês! Experimentem.»







terça-feira, 22 de junho de 2010

Amar de Sócrates a Simone de Beauvoir




«Diz-me como amas, dir-te-ei quem és.
Há amores de todos os tipos: o capricho de um par de dias, a inclinação obstinada, a tepidez duradoura, o entusiasmo deslumbrante, o hábito frio; e os filósofos, eles próprios, não lhes escaparam, oferecendo uma amostra verdadeiramente espectacular de todas estas atitudes. (…)
O pensamento sobre o amor foi sempre escrito com o próprio sangue dos filósofos, com os seus obstáculos particulares, com as suas nevroses, com a sua sorte, o que só lhe dá maior peso e interesse.»
Da Introdução

Os Filósofos e o Amor de Aude Lancelin e Marie Lemonnier, Ed. Tinta da China

domingo, 20 de junho de 2010

A Última Viagem de José Saramago Aos Açores




Ponta Delgada , Abril de 2004.

A Livraria SolMar Artes e Letras agradece para sempre a sua generosidade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morreu José Saramago

José Saramago morreu hoje, aos 87 anos.
Nobel da Literatura em 1998

"A morte voltou para a cama, abraçou-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras."

As Intermitências da Morte de José Saramago, Ed. Caminho.