«Desde então, começaram a habituar as mãos uma na outra quase sem darem por isso, até que de uma vez, sem combinarem coisa nenhuma, encaminharam-se ao Aqueduto, entraram no Jardim Botânico – e foi num banco da Avenida das Tílias, ao som do repuxo do tanque, que ele se voltou, a olhou nos olhos, nos cabelos tão raros. As sombras errantes das tílias com súbitas cintilações. E a ternura – aquilo que foi aprendendo a chamar de ternura –, assim uma coisa intensa a rebentar-lhe dos olhos, e por dentro, sobretudo por dentro. Quase como um choro silencioso. Quase como.»
Fernando Aires, A Ilha de Nunca Mais, Lisboa, Salamandra, 2000 (Ficção).
2 comentários:
Ãqui deixo a minha sincera homenagem ao meu Professor na Universidade do Minho! Obrigado pela saber que me legou. Paz à sua Alma
José Carlos Ferreira
Onde se lê Universidade do Minho, deve ler-se Universidade dos Açores.
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