quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fernando Aires 1928 - 2010




«Desde então, começaram a habituar as mãos uma na outra quase sem darem por isso, até que de uma vez, sem combinarem coisa nenhuma, encaminharam-se ao Aqueduto, entraram no Jardim Botânico – e foi num banco da Avenida das Tílias, ao som do repuxo do tanque, que ele se voltou, a olhou nos olhos, nos cabelos tão raros. As sombras errantes das tílias com súbitas cintilações. E a ternura – aquilo que foi aprendendo a chamar de ternura –, assim uma coisa intensa a rebentar-lhe dos olhos, e por dentro, sobretudo por dentro. Quase como um choro silencioso. Quase como.»

Fernando Aires, A Ilha de Nunca Mais, Lisboa, Salamandra, 2000 (Ficção).

2 comentários:

Unknown disse...

Ãqui deixo a minha sincera homenagem ao meu Professor na Universidade do Minho! Obrigado pela saber que me legou. Paz à sua Alma

José Carlos Ferreira

Unknown disse...

Onde se lê Universidade do Minho, deve ler-se Universidade dos Açores.