sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
O Quarteto
“ O mar está novamente agitado hoje, com
rajadas de vento que despertam os sentidos. Em pleno inverno, a primavera
começa a fazer-se sentir. Toda a manhã o céu esteve de uma pureza de pérola; há
grilos nos recantos sombrios; o vento despoja e fustiga os grandes plátanos…
Retirei-me para esta ilha com alguns livros
e com a criança – a filha de Melissa. Não sei porquê, agora, ao escrever, penso
nesta ilha como num «retiro». Os habitantes dizem por brincadeira que só um
convalescente pensaria em vir procurar este lugar. Bem, para condescender,
admitamos que sou um homem que procura curar-se…”O Quarteto de Alexandria, Lawrence Durrell, D. Quixote, 2012.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
A Piada Infinita
Sátira aos costumes da sociedade de consumo, devaneio
pós-moderno contra os excessos do pós-modernismo, lírico e erudito, lúdico e
realista, A Piada Infinita, nas suas contradições e fôlego imenso, é um livro
que escapa a qualquer definição e, mais do que uma obra sobre o nosso futuro
colectivo, parece uma obra vinda de um universo diferente do nosso,
justificando o que a romancista Zadie Smith escreveu sobre Wallace:
“ Um visionário, um artesão, um cómico e tão sério quanto se
pode ser sem escrever um texto religioso. É tão moderno que parece habitar um
contínuo tempo-espaço diferente do nosso. Maldito seja."A Piada Infinita, David Foster Wallace, Ed. Quetzal, 2012.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
As Mãos e os Frutos
uma ave renasce da sua morte
e agita as asas de repente;
tremem maduras todas as espigas
como se o próprio dia as inclinasse,
e gravemente, comedidas,
param as fontes a beber-te a face.
Eugénio de Andrade
Primeiros Poemas, As Mãos e os Frutos, Os Amantes Sem Dinheiro
Assírio & Alvim, 2012.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
" Como o tempo passa" - Emanuel Jorge Botelho
A Casa Armando Côrtes-Rodrigues|Morada da Escrita e o Instituto Cultural de Ponta Delgada convidam para a inauguração da exposição bio-bibliográfica "Como o tempo passa", em homenagem ao escritor Emanuel Jorge Botelho, que se realiza na sua sede no próximo dia 23 de Novembro, às 21h00.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Feira do Livro da SolMar
A Livraria
SolMar realiza a partir de 16 de Novembro, na praça central do Sol Mar Avenida
Center, a já tradicional Feira do Livro de Natal. Este ano, a
livraria aposta numa grande diversidade de títulos em várias áreas a preços
muito convidativos. As grandes novidades literárias deste ano são destaque,
sendo a secção Infanto-juvenil a grande atração deste evento.
Num ano em
que os livros podem estar no top das intenções e preferências de compra dos
açorianos para as tradicionais prendas de Natal, esta é uma boa oportunidade de
presentear a família e os amigos com saber e cultura a preços mais acessíveis. Fortalecer
o interesse do livro e incentivar a leitura são os objectivos da nossa
livraria, procurando sempre ir ao encontro e desejos dos leitores.
Assim podem
contar com um cuidado na escolha e qualidade da oferta, pois trata-se de uma
feira realizada por livreiros. segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Convite
Lançamento do livro "De Mafra ao Maiombe" de Carlos Arruda, com ilustração de Carlos Carreiro, no próximo dia 14 de Novembro, quarta-feira, pelas 18h30, na livraria SolMar.
A obra será apresentada por Fernanda Mendes.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Contrabando Original
«A presença dos soldados do Continente nas ilhas dos Açores, tornou-se, durante longo tempo, um tema inspirador da criatividade popular. Quando mais tarde, à força de ouvir discussões e piadas politicas, cheguei a entender que a «situação» (descrita nas últimas páginas do livrinho de História como a restauração da ordem e da prosperidade) não agradava a todos, nem por isso me veio à cabeça a possibilidade de alguém pôr em causa as virtudes do nosso povo. Essas virtudes conservavam-se, independentemente do regime. O povo do tempo dos reis, o povo de tempo da tempestuosa república, o povo de Fátima e Salazar – o povo conservava, no âmago, a honradez e o poder criador.
Eu naturalmente por ignorância, ainda não tinha reparado na criatividade popular. Tratava-se, afinal, das festas sacras ou profanas, ou da mistura de ambas, ou de fábulas recitadas de geração em geração, com maior ou menor fidelidade a um modelo esfumado no antigamente. (Mais tarde, todas essas manifestações – cópia, decalques, adaptações, distorções – viriam a merecer o nome de cultura, cultura popular enquanto houve elites, cultura tout court quando em teoria se acabaram as elites...) Éramos portanto pessoas cultas e criadoras, desde o José do Copo, lidimo representante do In Vino veritas, até aos bailadores da chamarrita; desde a loja do alfaiate até aos rimadores de cantigas ao desafio. O povo criava. Além de lêndeas e piolhos, as cabeças criavam cultura.»
Contrabando Original, José Martins Garcia, Editora Vega.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Se Fosse Fácil Era Para Os Outros
"Vi com estes olhos, em Sarajevo e em Nova Iorque, a
rapidíssima velocidade a que qualquer sociedade pode cair de um momento para
outro. Neste romance interessava-me discutir ideias do que é o pior povo do
mundo? Se o pior povo somos nós? E qual é esse caminho? Se, como dizia Primo
Levi, “deixamos de ser homens quando esperamos que o homem que está ao nosso
lado morra para lhe comermos o pão”. Acho que é uma das perguntas mais
fundamentais que é preciso fazer, para perceber a rápida desagregação a que qualquer
sociedade está sujeita. Basta haver uns crápulas que se aproveitem da
ignorância das pessoas para lucrar financeiramente, religiosamente ou
politicamente... E tudo cai e de repente estamos outra vez na barbárie."
Rui Cardoso Martins, (In) Jornal i
Hoje as
moscas estão moles, parecem parvas, há ali uma senhora a queixar-se. Vou só pôr
água nas flores.
Tocam no braço nu, as asas como bigodes de gato, e aterram no cabelo, nas pálpebras, na penugem atrás do pescoço, mas em que pensam vocês moscas, dá-me carinhos, faço-te cócegas, vamos pôr as novidades em dia?
Se Fosse Fácil Era para Os Outros, Rui Cardoso Martins, Dom. Quixote, 2012.
Tocam no braço nu, as asas como bigodes de gato, e aterram no cabelo, nas pálpebras, na penugem atrás do pescoço, mas em que pensam vocês moscas, dá-me carinhos, faço-te cócegas, vamos pôr as novidades em dia?
Se Fosse Fácil Era para Os Outros, Rui Cardoso Martins, Dom. Quixote, 2012.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
Em Outubro
« O mar sob a lua, um rasgão de prata nocturno coalhado de astros. Quando o olho do meu terraço na rua do Forte, o mar, não passa de uma superfície azul-chumbo, ou azul-etéreo, ou simplesmente não está ali. O mar é uma miragem azul que eu construo diariamente dentro de mim. O mar só existe quando o olho, de resto, só nos sonhos encontro o azul que dele se soltou.»
Al Berto.
Al Berto, Diários, Assírio & Alvim.
Al Berto.
Al Berto, Diários, Assírio & Alvim.
Lançamento previsto a 25 de Outubro, 2012.
Mazagran
«(…) um
gesto que, pelo simbolismo, estabeleça entre o livro e o leitor um primeiro
laço de simpatia. Esse gesto é aqui o título. Mazagran, palavra que outrossim
não se encontra no texto, designa uma bebida favorita no Maghreb: um copo
grande cheio até mais de um terço com café forte, um volume igual de água
gasosa, muito açúcar, uma rodela de limão. Quando o Profeta abranda a sua
vigilância junta-se-lhe um cálice de conhaque. Bebe-se quente no Inverno e
quase gelada nos dias de calor. A pequenos goles. Com aquela disposição benigna
do espírito que umas vezes nos leva à rua para cavaquear com os amigos, e
outras nos prende em casa a ler um livro.»
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Manuel António Pina 1943 - 2012
O Prémio Camões de 2011 faleceu esta
tarde. Tinha 69 anos.
Os Gatos
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
Manuel António Pina, Como Se Desenha Uma Casa, Assírio & Alvim.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
À Espera de Moby Dick
«Um desgosto
avassalador leva um lisboeta a refugiar-se numa enseada perdida dos Açores para
cumprir um velho sonho: avistar baleias. Enquanto espera pela chegada dos
gigantes marinhos, ocupa os dias naquele lugar dominado pelo ruído do oceano a
tentar reencontrar-se e a escrever cartas para o seu melhor amigo, contando-lhe
o fio dos seus dias no exílio, mas também para destinatários tão improváveis
como o Instituto Nacional de Estatística, o boxeur português com mais derrotas
acumuladas ou um guru de auto-ajuda de sucesso planetário. À medida que o tempo
passa, consegue vencer a solidão absoluta que impôs a si próprio e estabelece
contacto com os seus poucos vizinhos, como um alemão bem-humorado, que todos os
dias sai sozinho para o mar, e um casal de reformados oriundo do continente,
que recebe cartas do filho dos mais variados lugares do mundo. Depressa
descobre que, naquela enseada, todos têm qualquer coisa a esconder e nada é
exactamente o que parece.»
À Espera de Moby Dick, Nuno Amado, Oficina do Livro.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Para Dias de Fel leia Mel.
“O fim de Outubro trouxe de volta o
rito anual de atrasar os relógios, adensando a escuridão que caía sobre as
nossas tardes e deprimido ainda mais a nação.”
Grã-Bretanha, 1972. Serena Frome, a
bela filha de um bispo anglicano, é aliciada para os Serviços Secretos no seu
ano final em Cambridge. A guerra fria cultural prossegue e o país é assolado
por convulsões sociais e actos de terrorismo.
Serena é então enviada numa «missão
secreta» que a faz imergir no mundo literário de Tom Haley, um jovem escritor
promissor.Ela começa por gostar das suas histórias, mas rapidamente passa a gostar do próprio homem que as escreve.
Conseguirá Serena manter a ficção da sua vida oculta?
Para isso, ela vai ter de ignorar a primeira regra do espião: Não confies em ninguém.
A mestria de Ian McEwan deslumbra-nos nesta história empolgante, soberbamente construída, sobre traição e intriga, amor e o «eu»inventado. Um autor que não cessa de surpreender pela elegância e destreza com que se movimenta em diferentes registos literários.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Anjo Esmeralda
"De um dos maiores
escritores do nosso tempo, a sua primeira coletânea de contos, escritos entre
os anos 1979 e 2011, histórias de três décadas da vida norte-americana.
Situadas na Grécia, nas Caraíbas, em Manhattan, numa prisão para criminosos de colarinho branco ou no espaço sideral, estas nove histórias são uma inolvidável introdução à voz icónica de Don DeLillo, desde os ricos e marcados ritmos jazzísticos dos seus primeiros escritos até à linguagem frugal, depurada e monástica das suas histórias mais recentes.
Freiras, astronautas, atletas, terroristas e viajantes, as personagens d'O anjo Esmeralda entram de moto próprio no mundo e definem-no. A voz de DeLillo é imediatamente reconhecível, tão original como as tintas espalhadas de Jackson Pollock ou os retângulos luminosos de Mark Rothko.
Estas nove histórias descrevem a extraordinária viagem de um grande escritor cuja premonição dos acontecimentos do mundo marcou a nossa paisagem literária."
Situadas na Grécia, nas Caraíbas, em Manhattan, numa prisão para criminosos de colarinho branco ou no espaço sideral, estas nove histórias são uma inolvidável introdução à voz icónica de Don DeLillo, desde os ricos e marcados ritmos jazzísticos dos seus primeiros escritos até à linguagem frugal, depurada e monástica das suas histórias mais recentes.
Freiras, astronautas, atletas, terroristas e viajantes, as personagens d'O anjo Esmeralda entram de moto próprio no mundo e definem-no. A voz de DeLillo é imediatamente reconhecível, tão original como as tintas espalhadas de Jackson Pollock ou os retângulos luminosos de Mark Rothko.
Estas nove histórias descrevem a extraordinária viagem de um grande escritor cuja premonição dos acontecimentos do mundo marcou a nossa paisagem literária."
Anjo Esmeralda, Don DeLillo, editora Sextante, 2012.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Mo Yan Prémio Nobel da Literatura 2012
Mo Yan,
escritor chinês, é o Prémio Nobel da Literatura 2012. Pela segunda vez o prémio
é atribuído à China, o primeiro foi Gao Xingjian, em 1940.
Mo Yan, nasceu
na província de Shandong, numa família de granjeiros. Deixou a escola durante a
Revolução Cultural para trabalhar numa fábrica de petróleo. Com 20 anos
alistou-se no Exército Popular de Libertação, as actuais forças armadas do seu
país, onde desempenhou um cargo de segurança e foi instrutor político de
propaganda, nessa época começou a escrever.
Mo Yan
considera que "um escritor deve
enterrar os seus pensamentos e transmiti-los através dos personagens dos seus
romances". O pseudónimo que criou significa, aliás, "não fales".
domingo, 7 de outubro de 2012
As Minhas Lembranças Observam-me
Tomas Tranströmer
«A minha vida.» Quando penso estas
palavras, vejo diante de mim um rasto de luz. Observando melhor, a luz tem a
forma de um cometa, com a cabeça e uma cauda.
A extremidade mais luminosa, a
cabeça, é a infância e a idade de crescimento. O núcleo, a parte mais densa, é a primeira
infância, quando são determinados os traços principais da nossa vida. Tento
recordar-me, então chegar lá.
As Minhas Lembranças Observam-me, Tomas Tranströmer
Posfácio de Pedro Mexia
Sextante Editora, 2012.
este agora
eleva-se como fumo quente em ar frioeste sereno agora
o cão abandonou o seu latido
a lebre abandonou a boca humanae toca sozinha
neste pobre e belo agora luta
contra a armada dos segundose se afoga num redemoinho
embora me vá sobreviver
Poema publicado na primavera de 1948,
no jornal dos estudantes do Liceu Sodra Latin, de Estocolmo, onde T.T. estudou.
Não há nem título nem qualquer pontuação neste poema.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Duas Margens nº 2: SolMar - Uma Livraria Especial na Ilha
Destaque para a entrevista a José Carlos Frias, livreiro (e
editor) da Livraria SolMar, em Ponta Delgada, aqui http://duasmargens.pt
"Os livros são quem mais ali ordena, claro: atraem leitores e
apelam à compra, mas são igualmente actores de lançamentos ou sessões de
autógrafos e dão corpo a uma atmosfera de tertúlia como já quase não existe em
mais nenhum lado. José Carlos Frias, livreiro e também editor, 45 anos, é a “alma”
da Livraria Solmar, um espaço acolhedor no centro de Ponta Delgada, ilha
açoriana de S. Miguel. Existe há mais de 20 anos e a data de abertura não foi
deixada ao acaso: 21 de Março de 1991, Dia Mundial da Poesia."
Carlos Pessoa
Duas Margens revista on line n.º 2, é um projecto de Vítor Quelhas, José Guardado Moreira e Carlos Pessoa. Revista literária, é um lugar de diálogo cultural lusófono e ibero-americano, entre autores, editores, críticos, livreiros, tradutores, ilustradores, e muitos mais, das duas margens do Atlântico.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
José Tolentino Mendonça Estação Central
ISTO É O MEU
CORPO
O corpo tem degraus, todos eles
inclinados
milhares de lembranças do que lhe aconteceutem filiação, geometria
um desabamento que começa do avesso
e formas que ninguém ouve
O corpo nunca é o mesmo
ainda quando se repete:de onde vem este braço que toca no outro,
de onde vêm estas pernas entrelaçadas
como alcanço este pé que coloco adiante?
aprendo a cair e a perguntar
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Água das Lombadas na Mesa Real
«E já que
falamos nos Açores, vem a propósito falar em águas minerais. É que provinha dos
Açores uma das águas minerais mais consumida na corte: a Água das Lombadas. Desde 1897 que a empresa Meyrelles e C.ª,
exploradora das águas carbogasosas das Lombadas, tinha sido nomeada fornecedora
da Casa Real. A empresa ostentava orgulhosamente o título no rótulo e faturas,
bem como a menção ao Grand Prix recebido na Exposição Internacional de Saint
Loius, em 1904, e a medalha de ouro recebida na Exposição do Palácio de Cristal
em Londres, no mesmo ano.»
Mesa Real Dinastia de
Bragança, Ana
Marques Pereira, Esfera dos Livros.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
O Varandim
“Morar numa
cidade acidentada pode ser divertido quando se é novo e rampas e ladeiras
convocam os músculos juvenis ao exercício. Mas, à medida que a idade declina,
aplica-se a cidade a lograr os velhos. E sempre que eles retomam o fôlego no
fio das esquinas, oferece – lhes ela mais caminho, tropeços e cansaços, como se
os punisse por insistirem nos dias.”
O Varandim
seguido de Ocaso em Carvangel, Mário de Carvalho, Porto Editora.
Monsieur Hulot
Para lá dos filmes de Jaques Tati, M. Hulot prossegue com a sua vida de genial distraído na imaginação de todos que são tocados pela sua ingenuidade e poesia. Agora em livro "O Papagaio de Monsieur Hulot", da Kalandraka, na SolMar.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Rentrée Literária
Ian McEwan, Murakami, Mário de Carvalho, Lobo Antunes, Ruben de Fonseca, Paul Auster, Salman Rushdie, Inês Pedrosa, Rui Cardoso Martins, Dalton Trevisan, J.K. Rowling, David Foster Wallace, Al Berto, Ondjaki, José Rodrigues dos Santos, Carlos Fuentes, Don Delillo, Ken Follett, James Joyce
Estes são alguns dos grandes nomes que fazem parte das novidades editoriais para este Outono.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Antero Quental
" Meus
Senhores"
A decadência dos povos Peninsulares nos três
últimos séculos é um dos factos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa
história: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem
transição a um período de força gloriosa e de rica originalidade, é o único
grande facto evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do
historiador filósofo. Como peninsular, sinto profundamente ter de afirmar, numa
assembleia de peninsulares, esta desalentadora evidência."
Antero de
Quental, Causas da Decadência dos Povos
Peninsulares, Tinta da China.
Hoje, passados 121 anos da morte de Antero de
Quental.sexta-feira, 7 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Bonsai
“A relação material com os livros foi
algo que percebi como muito importante enquanto escrevia. Muita gente me dizia:
“isto é sobre livros”, “ não é suficientemente fílmico”.
Mas um dia pensei: para esta gente os
livros são coisas, sentem-se seguros com um livro na mão da mesma maneira que
um cowboy se sente mais seguro com um revólver à cintura. Mesmo que depois
nunca cheguem a ler aqueles livros. A partir daí muitas coisas se me tornaram claras.
Queria que os livros fossem um objecto quotidiano, algo que até pode servir
para fornecer o papel para embrulhar um charro, ou para caminhar com as costas
direitas.”
Bonsai, um livro de Alejandro Zambra,
deu um filme sobre livros, de Cristián Jiménez.
(In) Ípsilonsegunda-feira, 3 de setembro de 2012
Os Contos de São Petersburgo
A sua obra fez de Gogol o maior escritor russo da primeira metade do século XIX, o introdutor do realismo na literatura russa, o precursor genial de todos os grandes escritores que se lhe seguiram. Tal como veio a dizer Dostoiévsky, toda a literatura russa viria a colher em Gogol os maiores ensinamentos. Com profundidade filosófica, crítica ética e social, a sua obra tornou-se intemporal e conquistou para Gogol um lugar de destaque entre os melhores escritores de todos os tempos.
“A arte de Gogol, tal como nos e revelada em O
Capote, sugere que as linhas paralelas podem não só
encontrar-se, mas também retorcer-se e enredar-se da forma mais
extravagante, a semelhança de dois pilares que se reflectem na agua e se entregam
as mais loucas contorções, quando os remoinhos das ondas se prestam a
isso. O génio de Gogol esta precisamente nesses remoinhos – dois e
dois são cinco, ou ate a raiz quadrada de cinco: e esse o género de
acontecimento que se produz muito naturalmente no seu universo, onde nem
as matemáticas racionais nem, sobretudo, nenhum desses acordos pseudofisicos
que assinamos connosco
mesmos podem ser.”
Vladimir Nabokov
Contos de São Petersburgo, Nikolai Gógol, Assírio Alvim.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Diário de Paul Auster
“Pensas que nunca te
vai acontecer, que não te pode acontecer, que és a única pessoa no mundo a quem
essas coisas nunca irão acontecer, e depois, uma a uma, todas elas começam a acontecer-te,
como acontecem a toda a gente. Fala agora, antes que seja tarde, e depois
espera poder continuar a falar até que não haja mais nada para dizer. Afinal de
contas, o tempo está-se a esgotar. Talvez não seja pior pores de lado por agora
as tuas histórias e tentares passar em revista o que foi para ti viver dentro
deste corpo desde o primeiro dia de que tens memória de estar vivo até ao dia
de hoje. Um catálogo de dados sensoriais. Aquilo a que se poderia chamar uma fenomenologia
da respiração. É um facto
incontestável que já não és jovem. Dentro de um mês vais fazer sessenta e
quatro anos e, sem seres excessivamente velho, sem teres aquilo que qualquer
pessoa designaria por uma idade avançada, não podes deixar de pensar em todos
aqueles que não conseguiram ir tão longe como tu. Aí está um exemplo das várias
coisas que nunca poderiam acontecer, mas aconteceram mesmo.”
Paul Auster, incansável criador de ficções e de personagens inesquecíveis, vira
agora o olhar para si próprio e para o sentido da sua vida. As descobertas da
infância e as experiências da adolescência, o compromisso com a escrita – que
marcou a sua entrada para a idade adulta –, as viagens, o casamento, a
paternidade, a morte dos pais… Uma vida que transborda das páginas deste Diário
de Inverno, um definitivo autorretrato construído com a paixão e a
transbordante criatividade literária que são as marcas distintivas da
identidade deste escritor amado pelos leitores e admirado pela crítica.
Diário de Inverno, Paul Auster, Ed. Asa.
Novelas Eróticas
Tomei à esquerda pela margem do mais próximo canal,
e mesmo
em frente às ruínas da Ópera recentemente destruída
por umincêndio, quando a minha heroína ladeava direito a uma ponte,
encontrámo-nos; cruzaram-se os nossos olhares e ela, após hesitação
muito breve, retrocedeu para tomar o meu caminho, passando-
-me logo adiante. Estuguei o passo, alcançando-a sem demora, e
dirigi-lhe não sei já que banal galanteio. Recebi pela expressão indignada
dos seus olhos coriscantes a resposta esperada, mas sem
me intimidar perguntei-lhe se falava francês e ela, evitando o meu
olhar, mas tornando-se da cor de lacre, respondeu:
Novelas Eróticas, M. Teixeira-Gomes, Relógio D’Água.
«M. Teixeira-Gomes, tal como na sua obra se nos apresenta ou
tal como em certas personagens se projecta, está longe de ser um gozador
desenfreado, à maneira de Casanova, ou um perseguidor do infinito no finito dos
corpos, à maneira de Don Juan. Homo eroticus, sim; mas buscando, acima de tudo,
a harmonia entre o sentimento e a sensação, o equilíbrio da emoção e da
volúpia.
(…) Por curiosa inclinação do seu espírito, se não também do
seu corpo, Teixeira-Gomes revela, de facto, impressionantes afinidades com o
pensamento grego dos séculos IV e III antes de Cristo.»
David Mourão-Ferreira, em Aspectos da Obra de M.
Teixeira-Gomes
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
O Anjo
José Cardoso Pires, 1964
O anjo sobrevoou
a cidade às 12.00-12.27 (hora solar). Era louro e de asas vermelhas e tinha um
belo rosto triangular em nada semelhante aos dos querubins de igreja. Planou em
lentas e tranquilas curvas por cima dos arranha-céus e das praias que
contornavam a cidade, percorrendo-os com a sua sombra.
Foi escrito:
a aparição teve lugar ao sétimo dia de um mês sobre todos radioso e na linha
zénite, sol a prumo. Exacta e inolvidável, exactíssima, pôs em alvoroço as
multidões de banhistas que formigavam no areal (aquela era a estação do sol e
da festa do corpo) e suspendeu o trânsito nas avenidas da beira-mar, vogando,
vogando sempre.
Alexandra Alpha, José Cardoso Pires.
EPC
“O modo de
amar, as modalidades do desejo, as formas de viajar, os momentos de prazer,
modelar pelos versos dos poetas, as suas histórias pessoais, as imagens do
cinema, os traços e as cores da pintura, as árias de ópera ou as canções de
Brel”
Tudo o Que
não Escrevi, Eduardo Prado Coelho
Um colóquio
dedicado a Eduardo Prado Coelho vai realizar-se nos dias 15 e 16 de Novembro,
na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Reflectir sobre a herança do ensaísta que
definiu uma política cultural para o país.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Os Cantores De Leitura
Maria Gabriela Llansol
- Amor meu, a invenção constante é
uma ave plena.
Mas eu não sei para que ave me
dirijo."
"seu contexto:
aprender a leitura tem um método, mas não
obedece a um método. Depende da
infinita variedade dos livros, ou seja, da corrente que flui, e nos mergulha
nela – seja qual for o seu suporte. O écran,
o ar, a cena, tudo me lembra a página. Quando a lembrança dessa página se
esbater, uma matéria complexa, sem síntese, virá perturbar-me os olhos.
Recorrerei à voz para acalmar esse silêncio, que transparece – mudo. Recorrerei
ao canto que seleccionará, para a emissão de voz, tão duros materiais.
Os Cantores De Leitura, Maria Gabriela
Llansol, Assírio Alvim.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Chaplin os Primeiros Anos
«Temos de
rir diante do nosso desamparo contra as forças da natureza- ou enlouquecemos.»
Charlie
Chaplin
Nascido em
Londres em 1889, Charlie Chaplin cresceu numa pobreza extrema. Os pais
trabalhavam no mundo do espectáculo, mas cedo a próspera carreira do pai foi
interrompida pelo alcoolismo, e a mãe, que adorava, perdeu a voz e depois
enlouqueceu, com sífilis. Ainda com os pais vivos, Charlie foi entregue, com 7
anos, à Escola Hanwell para Crianças Órfãs e Desamparadas. Foi, segundo ele, o
período mais infeliz da sua vida. Como conseguiu esta criança pobre, abandonada
e tão desafortunada tornar-se um actor extraordinário, conhecido e célebre no
mundo inteiro?
Stephen Weissman examina, passo a passo, a vida de Chaplin e as origens do seu génio, mostrando como a sua trágica infância lhe moldou a personalidade e a arte. Mal afamado, devido às suas opções políticas e à sua escandalosa vida sexual — que Weissman contextualiza e analisa — Chaplin foi uma personalidade muito mais complexa e contraditória do que até agora se sabia. Weissman dá a conhecer quer a lenda do cinema, quer o turbulento período no qual Chaplin viveu e trabalhou.
Chaplin os
Primeiros Anos, Stephen Weissman, Ed. BizancioStephen Weissman examina, passo a passo, a vida de Chaplin e as origens do seu génio, mostrando como a sua trágica infância lhe moldou a personalidade e a arte. Mal afamado, devido às suas opções políticas e à sua escandalosa vida sexual — que Weissman contextualiza e analisa — Chaplin foi uma personalidade muito mais complexa e contraditória do que até agora se sabia. Weissman dá a conhecer quer a lenda do cinema, quer o turbulento período no qual Chaplin viveu e trabalhou.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Religião Para Ateus
Tadao Ando, Igreja da
luz, Ibaraki, Japão, 1989
«Parecemos
incapazes de resistir a exagerar cada aspeto de nós mesmos: quanto tempo
estaremos no planeta, a importância do que conseguimos, a raridade e a
injustiça dos nossos fracassos profissionais, os inúmeros mal-entendidos nas
nossas relações, a intensidade dos nossos sofrimentos. Individualmente, o
melodrama está sempre na ordem do dia. A arquitetura religiosa pode ter uma
função crucial neste egoísmo (em última análise tão doloroso como errado),
devido à sua capacidade para ajustar as impressões que temos do nosso tamanho físico-
e, consequentemente, também do nosso tamanho psicológico (...) É claro que
«sentirmo-nos pequenos» é uma dolorosa realidade diária do recreio humano. No
entanto, sentirmo-nos pequenos devido a alguma coisa poderosa, nobre, perfeita
e inteligente é sermos apresentados à sabedoria com alguma dose de alegria.»
Religião para Ateus é uma tentativa de interpretar
as fés, essencialmente o cristianismo e, em menor escala, o judaísmo e o
budismo, na esperança de encontrar conhecimentos coligidos que possam ser úteis
na vida secular, especialmente no que respeita aos desafios colocados pela
comunidade e pelo sofrimento mental e físico.
Religião
para Ateus, Um guia para não crentes sobre as utilizações da religião
Alain de Botton, Ed. Quixote
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Antemanhã
Poderia ter
escrito a tremer de respirares tão longe
Ter escrito
com o sangue.Também poderia ter escrito as visões
Se os olhos divididos em partes não sobrassem
No vazio de ceguez
E luz.
Poderia ter escrito o que sei
Do futuro e de ti
E de ter visto no deserto
O silêncio, o fogo e o dilúvio.
De dormir cheio de sede e poderia
Escrever
O interior do repouso
E ser faúlha onde a morte vive
E a vida rompe.
E poderia ter escrito o meu nome no teu nome
Porque me alimento da tua boca
E na palavra me sustento em ti.
(Inédito)
Poesia, Daniel Faria, Assírio & Alvim
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
O Lustre
Clarice Lispector
"A sala. A sala cheia de pontos neutros. O cheiro de casa vazia. Mas o lustre! Havia o lustre. A grande aranha escandescia. Olhava-o imóvel, inquieta, parecia pressentir uma vida terrível. Aquela existência de gelo. Uma vez! uma vez a um relance - o lustre se espargia em crisântemos e alegria."
O Lustro, Clarice Lispector, Relógio D'Água.
«Ao contrário do seu primeiro romance [Perto do Coração Selvagem], escrito em fragmentos, saltando constantemente de uma cena para a outra, O Lustre é um conjunto coerente. Apesar de os seus extensos segmentos descreverem propositadamente acontecimentos, consistem sobretudo em longos monólogos interiores, interrompidos apenas por um singular e perturbador fragmento contendo diálogo ou acção. O livro progride em ondas lentas que se elevam, alterosas, nos momentos de revelação. As páginas entre estas epifanias são precisamente os momentos em que o livro se torna mais intolerável para o leitor, que é forçado a seguir o movimento interior de outra pessoa com um detalhe microscópico. Acostumado às epifanias, esperando estímulos e surpresas permanentes, o leitor que aborde o livro pela primeira vez depressa se sente desconcertado.
Porém, a intensidade glacial do livro exerce um fascínio particular.
(…) Só quando lido devagar, reflectidamente, e sem distracções, três ou cinco páginas de cada vez, é que O Lustre revela o seu carácter penetrante.» [Benjamin Moser, Clarice Lispector — Uma Vida]
(…) Só quando lido devagar, reflectidamente, e sem distracções, três ou cinco páginas de cada vez, é que O Lustre revela o seu carácter penetrante.» [Benjamin Moser, Clarice Lispector — Uma Vida]
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
A Informação
Martin Amis
“A definição mediática de Martin Amis (n. 1949) foi
automática no início da sua carreira: ele era o «bad boy da literatura
inglesa», e continuou a sê-lo muito para lá do cronologicamente razoável.
(Google-se a expressão «bad boy of english literature/english letters» e ainda
se encontram dúzias de artigos, alguns publicados quando Amis já era
cinquentenário.) Mas no princípio dos anos 90 algo aconteceu. O jornalismo
britânico reagiu coletivamente como um anfitrião exasperado. O bad boy fictício
cuja presença tolerara durante anos continuava ali, recusando levar a sua badboyness
para outro sítio. Medidas de emergência foram tomadas e o bad boy foi
reclassificado como bad man. Para validar a nova «personalidade», alguns factos
foram apresentados: Amis abandonou a sua mulher; Amis despediu a sua agente;
Amis zangou-se com um dos seus melhores amigos; Amis pediu fortunas pelos
direitos de um novo romance; Amis queria dentes novos e um carro desportivo;
Amis estava fora de controlo. A informação surgia em torrente, e as manchetes
escreviam-se praticamente sozinhas. A Informação – o romance publicado em 1995,
no meio desta tempestade tabloide – não se escreveu sozinho, mas o leitor na
posse de toda a informação prévia pode sentir-se tentado a cometer várias
falácias biográficas ao longo do caminho. Os temas, como sempre na ficção de
Amis, são tão garridos como manchetes do Daily Mirror: sucesso e fracasso, os
dramas mesquinhos da masculinidade, rivalidade, violência, humilhação. Mas se
tudo isto é familiar, nunca antes parecera tão terrivelmente pessoal. A
Informação não é autobiografia disfarçada, nem sequer um roman à clef, mas mais
do que qualquer ficção de Amis, parece arrancada ao osso.”
Rogério Casanova, Revista Ler
«E depois há a informação, que é nada, e vem de noite.»
Martin Amis
A Informação, Martin Amis, Ed.Quetzal.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
A Lista Imperfeita
Admitindo a limitação provocada pelos 50 títulos desta lista, é inadmissível que dela não faça parte os Lusíadas de Luis Vaz de Camões, e o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. Uma escolha de 100 obras, permitia um leque mais vasto, e porque não incluir Os Sonetos Completos de Antero de Quental, ou, até mesmo Mau Tempo no Canal de Vitorino Nemésio.
50 livros que toda a gente deve ler
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Debaixo do Sol
«Caríssima D,
Bem, estou aqui há um mês, no sítio mais lindo que possas
imaginar. Uma vista de oliveiras e ciprestes, uma ilhota e o mar. Há dias em
que o céu está tão límpido e azul e o sol tão quente que podia ser junho. De
vez em quando sopra um vento da Sibéria e o mar por baixo da minha janela agita-se.
O local em que me encontro é ideal para escrever,»
Debaixo do Sol, As cartas de Bruce Chatwin escolhidas e
editadas por Elizabeth Chatwin e Nicholas Shakespeare, Ed.Quetzal
«Nunca
mostrava a ninguém o seu trabalho até se sentir satisfeito com ele, mas lia-mo
em voz alta. Tudo devia fazer sentido e fluir com facilidade. As cartas são os
únicos textos que ele não refez. Na sua opinião, escrever era uma labuta. Um
computador facilitava-a em demasia.
E agora que a comunicação se tornou tão fácil
e rápida com os telemóveis e o correio eletrónico, já ninguém escreve cartas. Não
há apontamentos dos meninos da escola para guardar como se fossem tesouros e
porventura não há cartas de amor nem relatos de viagens. Alguém imprime as
comunicações que recebe para as conservar?Por isso, as cartas de Bruce, que ele escreveu desde muito novo até ao fim da vida, constituem um derradeiro exemplo de uma forma tradicional de comunicação que agora pode desaparecer.»
Elizabeth Chatwun , Prefácio, Debaixo do Sol.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Humphrey Bogart
Era a cara que tinha e foi-se embora
mas nunca foi tão visto como agora
O seu olhar é água pura água
devassa-nos dá nome mesmo à mágoa
Ganhámo-lo ao perdê-lo. Não se perde um olhar
não é verdade meu irmão humphrey bogart?
Ruy Belo
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
A Química das Lágrimas
«Julga-se que as máquinas não sentem. As almas não têm
química e o tempo não tem fim. A nossa pele contém quatro milhões de
receptores. É tudo o que sei. Amo-te. Aperto-te nos braços. Sentirei a tua
falta para sempre.»
A Química das Lágrimas, Peter Carey, Gradiva
Londres 2010. Catherine Gehrig, conservadora no Museu
Swinburne, sabe da morte inesperada do seu colega e amante de há treze anos.
Na sua condição de amante de um homem casado, tem de chorar essa perda em privado. O chefe do seu departamento, ciente do desgosto de Catherine, confia-lhe um projecto especial - reconstituir tanto a parte mecânica como a história de um autómato extraordinário e fantasmagórico.
Essa criatura é um quebra-cabeças mecânico, encomendado na Alemanha do século XIX por Henry Brandling, um inglês, como um «divertimento mágico» para o seu filho, vítima de tuberculose.
Associadas pelo misterioso autómato, as histórias de Catherine e Henry interligam-se no tempo para explorar os mistérios da vida e da morte, o milagre e a catástrofe da invenção humana, bem como a extraordinária química do amor e dos sentimentos.
Um autómato, um homem e uma mulher que nunca poderão encontrar-se, uma história de amor secreta e o destino do mundo em aquecimento adquirem vida e fulgor neste romance tocante e inesquecível de um dos maiores escritores do nosso tempo.
Na sua condição de amante de um homem casado, tem de chorar essa perda em privado. O chefe do seu departamento, ciente do desgosto de Catherine, confia-lhe um projecto especial - reconstituir tanto a parte mecânica como a história de um autómato extraordinário e fantasmagórico.
Essa criatura é um quebra-cabeças mecânico, encomendado na Alemanha do século XIX por Henry Brandling, um inglês, como um «divertimento mágico» para o seu filho, vítima de tuberculose.
Associadas pelo misterioso autómato, as histórias de Catherine e Henry interligam-se no tempo para explorar os mistérios da vida e da morte, o milagre e a catástrofe da invenção humana, bem como a extraordinária química do amor e dos sentimentos.
Um autómato, um homem e uma mulher que nunca poderão encontrar-se, uma história de amor secreta e o destino do mundo em aquecimento adquirem vida e fulgor neste romance tocante e inesquecível de um dos maiores escritores do nosso tempo.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
100 Novels everyone should read by The Telegraph
Atonement
100 The Lord of the Rings by JRR
Tolkien
98 The Home and the World by Rabindranath Tagore
97 The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy by Douglas Adams
96 One Thousand and One Nights Anon
95 The Sorrows of Young Werther by Johann Wolfgang von Goethe
94 Midnight’s Children by Salman Rushdie
93 Tinker, Tailor, Soldier, Spy by John le Carré
92 Cold Comfort Farm by Stella Gibbons
91 The Tale of Genji by Lady Murasaki
90 Under the Net by Iris Murdoch
89 The Golden Notebook by Doris Lessing
88 Eugene Onegin by Alexander Pushkin
87 On the Road by Jack Kerouac
86 Old Goriot by Honoré de Balzac
85 The Red and the Black by Stendhal
84 The Three Musketeers by Alexandre Dumas
83 Germinal by Emile Zola
82 The Stranger by Albert Camus
81The Name of the Rose by Umberto Eco
80 Oscar and Lucinda by Peter Carey
79 Wide Sargasso Sea by Jean Rhys
78 Alice’s Adventures in Wonderland by Lewis Carroll
77 Catch-22 by Joseph Heller
76 The Trial by Franz Kafka
75 Cider with Rosie by Laurie Lee
74 Waiting for the Mahatma by RK Narayan
73 All Quiet on the Western Front by Erich Remarque
72 Dinner at the Homesick Restaurant by Anne Tyler
71 The Dream of the Red Chamber by Cao Xueqin
70 The Leopard by Giuseppe Tomasi di Lampedusa
69 If On a Winter’s Night a Traveller by Italo Calvino
68 Crash by JG Ballard
67 A Bend in the River by VS Naipaul
66 Crime and Punishment by Fyodor Dostoyevsky
65 Dr Zhivago by Boris Pasternak
64 The Cairo Trilogy by Naguib Mahfouz
63 The Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde by Robert Louis Stevenson
62 Gulliver’s Travels by Jonathan Swift
61 My Name Is Red by Orhan Pamuk
60 One Hundred Years of Solitude by Gabriel García Márquez
59 London Fields by Martin Amis
58 The Savage Detectives by Roberto Bolaño
57 The Glass Bead Game by Herman Hesse
56 The Tin Drum by Günter Grass
55 Austerlitz by WG Sebald
54 Lolita by Vladimir Nabokov
53 The Handmaid’s Tale by Margaret Atwood
52 The Catcher in the Rye by JD Salinger
51 Underworld by Don DeLillo
50 Beloved by Toni Morrison
49 The Grapes of Wrath by John Steinbeck
48 Go Tell It On the Mountain by James Baldwin
47The Unbearable Lightness of Being by Milan Kundera
46 The Prime of Miss Jean Brodie by Muriel Spark
45 The Voyeur by Alain Robbe-Grillet
44 Nausea by Jean-Paul Sartre
43 The Rabbit books by John Updike
42 The Adventures of Huckleberry Finn by Mark Twain
41 The Hound of the Baskervilles by Arthur Conan Doyle
40 The House of Mirth by Edith Wharton
39 Things Fall Apart by Chinua Achebe
38 The Great Gatsby by F Scott Fitzgerald
37 The Warden by Anthony Trollope
36 Les Misérables by Victor Hugo
35 Lucky Jim by Kingsley Amis
34 The Big Sleep by Raymond Chandler
33 Clarissa by Samuel Richardson
32 A Dance to the Music of Time by Anthony Powell
31 Suite Francaise by Irène Némirovsky
30 Atonement by Ian McEwan
29 Life: a User’s Manual by Georges Perec
28 Tom Jones by Henry Fielding
27 Frankenstein by Mary Shelley
26 Cranford by Elizabeth Gaskell
25 The Moonstone by Wilkie Collins
24 Ulysses by James Joyce
23 Madame Bovary by Gustave Flaubert
22 A Passage to India by EM Forster
21 1984 by George Orwell
20 Tristram Shandy by Laurence Sterne
19 The War of the Worlds by HG Wells
18 Scoop by Evelyn Waugh
17 Tess of the D’Urbervilles by Thomas Hardy
16 Brighton Rock by Graham Greene
15 The Code of the Woosters by PG Wodehouse
14 Wuthering Heights by Emily Bronte
13 David Copperfield by Charles Dickens
12 Robinson Crusoe by Daniel Defoe
11 Pride and Prejudice by Jane Austen
10 Don
Quixote by Miguel de Cervantes
9 Mrs Dalloway by Virginia Woolf
8 Disgrace by JM Coetzee
7 Jane Eyre by Charlotte Brontë
6 In Search of Lost Time by Marcel Proust
5 Heart of Darkness by Joseph Conrad
4 The Portrait of a Lady by Henry James
3 Anna Karenina by Leo Tolstoy
2 Moby-Dick by Herman Melville
1 Middlemarch by George Eliot