terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Nuno Costa Santos Na SolMar



Lançamento do livro Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco, de Nuno Costa Santos
dia 1 Março pelas 20h30m.

Jornalista e escritor, Fernando Assis Pacheco (1937-1995) marcou, pelas suas invulgares qualidades intelectuais e de personalidade, toda uma geração.
As reportagens e crónicas que escreveu para o Diário de Lisboa, o República, O Jornal e a Visão, entre outros, quebraram os cânones e abriram caminho a novas formas, mais literárias, de fazer jornalismo.
A sua figura tornou-se extremamente popular após a participação no concurso televisivo Cornélia.
Foi um homem de esquerda e opositor declarado da ditadura, publicando os primeiros poemas contra a guerra colonial.
Esta é a sua primeira biografia.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Precipitados


Pablo Genovés "Precipitados", Galeria Art Nueve, Arco 2012


"A Cultura conquistada pela Natureza, ou a Natureza aprisionada pela Cultura".
Em Portugal é o Dilúvio.

Policiais Vintage


Os grandes mestres da literatura policial da mítica colecção Vampiro da editora Livros do Brasil, estão agora disponíveis na nossa livraria a verdadeiro preço crime de 2.50€. Centenas de crimes de bolso com fabulosas capas com esta do pintor Lima de Freitas.


«... a Vampiro tornou-se um inegável caso à parte, alcançando uma popularidade de que nenhuma das suas antecessoras e sucessoras se pode gabar. Dos múltiplos motivos que podem ter concorrido para esse sucesso, talvez se possam destacar quatro ou cinco factores principais. Desde logo, a introdução do policial de bolso, um conceito provavelmente importado do mundo editorial anglo-saxónico, já que a principal referência francesa, a colecção Le Masque, criada em 1927, tinha um formato ligeiramente superior. Decerto não menos relevante foi a sua aposta em autores de língua inglesa, num Portugal ainda largamente dominado pela cultura francesa. O terceiro trunfo foram as suas notáveis capas, boa parte delas desenhadas, no início da colecção, por Cândido Costa Pinto (1911-1976). Companheiro de Mário Cesariny no Grupo Surrealista de Lisboa, as capas que produziu para a Vampiro foram uma verdadeira pedrada no charco das artes gráficas nacionais. Hoje olhamos para elas distraidamente nos escaparates dos alfarrabistas, mas, no cinzento Portugal dos anos 40 e 50, seguramente deslumbraram muitos leitores. Até mudar de grafismo, optando por capas pretas ilustradas com fotografias pouco apelativas, a colecção contou sempre com a colaboração de grandes artistas, entre os quais se destaca, além de Costa Pinto, o pintor Lima de Freitas.

É ainda plausível que o modo como a Vampiro rapidamente fidelizou leitores possa ter ficado a dever-se ao facto de ter começado por se concentrar num número reduzido de escritores, todos eles da tradição do policial dedutivo, e todos eles criadores de séries, isto é, de um conjunto de livros com o mesmo detective, o que foi uma opção inteligente, já que boa parte dos leitores de policiais se viciam mais facilmente nas criações do que nos criadores. A Vampiro apostou, sobretudo, em Agatha Christie, com o seu Poirot, em Ellery Queen, com o seu detective amador homónimo, em Erle Stanley Gardner, criador do advogado Perry Mason, e, para referir apenas os autores mais recorrentes no início da colecção, em S. S. Van Dine, cujos livros são protagonizados pelo sofisticado investigador diletante Philo Vance.»

(In)Público por Luís Miguel Queirós.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Gato num apartamento vazio




Gato num apartamento vazio

Morrer não é coisa que se faça a um gato.
Que há-de um gato fazer
num apartamento vazio?
Subir às paredes?
Roçar-se nos móveis?
Aparentemente não mudou nada
e no entanto está tudo mudado.
Continua tudo no seu lugar
E no entanto está tudo fora do sítio.
E à noite a lâmpada já não está acesa.

Ouvem-se passos nas escadas,
mas não são os mesmos.
A mão que põe o peixe no prato
também já não é a que o punha.

Há aqui qualquer coisa que já não começa
à hora do costume,
qualquer coisa que não se passa
como deveria passar-se.
Havia aqui alguém que há muito estava e estava
e que de repente desapareceu
e agora insistentemente não está.

Procurou-se em todos os armários,
revistaram-se as estantes,
espreitou-se para debaixo do tapete.
Violou-se até a proibição
de desarrumar os papéis.
Que mais se pode fazer?
Dormir e esperar.

Quando regressar, ele vai ver,
ele vai ver quando chegar.
Vai ficar a saber
que isto não é coisa que se faça a um gato.
Caminhar-se-á em direcção a ele
como que contrariado,
devagarinho,
com patas amuadas.
E nada de saltos ou mios. Pelo menos ao princípio.

O Fim e o Princípio de Wislawa Szymborska, tradução de Manuel António Pina. Homenagem à poetisa polaca Wislawa Szymborska, que morreu no passado dia 1.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Alma Mater



Alma Mater – entre o espírito e a matéria
O coração do ilhéu é infinito na aspiração1


«“ Fez-se Luz” é a derradeira afirmação de uma espiritualidade na qual a simplicidade dos materiais é engrandecida pela arte de quem os trabalha, e cuja força é engrandecida pela arte de quem os trabalha, e cuja força não se pode ignorar porque está directamente ligada àquilo que mais intrinsecamente nos caracteriza como humanos.
As obras de Catarina Branco são, também, um apelo à contemplação contrariando a velocidade da vida contemporânea. Talvez isto se deva ao facto de serem intrinsecamente açorianas mas prontas para dar uma lição de esperança e alegria a toda a humanidade.»

Carla de Utra Mendes
in Fez-se Luz de Catarina Branco.

1 Torres, José, in AAVV, História
Dos Açores – Do Descobrimento ao séc. XX,
Instituto Açoriano de Cultura, 2008, p.11.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Roda

Yeats





A RODA



No Inverno desejamos a Primavera,
E na Primavera invocamos o Verão,
E quando ressoam as abundantes sebes
Declaramos que o Inverno é o melhor;
Depois nada há de bom
Porque a Primavera não chegou –
Não sabemos que essa inquietude que nosso sangue perturba
É apenas a sua nostalgia do túmulo.

W.B. Yeats

Correntes



«De 23 a 25 de Fevereiro decorrerá na Póvoa de Varzim a 13ª edição do Correntes d’Escritas. O encontro de escritores de expressão ibérica foi reduzido a três dias por questões orçamentais. O escritor brasileiro Rubem Fonseca (Prémio Camões 2003) é o convidado especial e o ensaísta Eduardo Lourenço o homenageado.»
In (Publico).


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Bicentenário de Charles Dickens



"Renda anual de vinte libras, despesa de dezanove libras, dezanove xelins e seis pence, resultado: felicidade. Renda anual de vinte libras, despesa anual de vinte libras e seis pence, resultado: desespero."
Charles Dickens, David Copperfield



Charles Dickens nasceu a 7 de Fevereiro de 1812, em Portsmouth, Inglaterra.
Em 1817 foi viver para Chatham, na região do Kent, aí permanecendo até 1822. Nesse mesmo ano mudou-se para Londres, onde viveu até 1860. Pertencente a uma família de classe média, Dickens foi obrigado a abandonar a escola aos 15 anos, indo trabalhar para uma fábrica depois de o seu pai ter levado a família à bancarrota e ter sido preso por dívidas. Mais tarde, trabalhou como empregado de escritório e como jornalista. Em 1836 casou-se com Catherine Hogarth, com quem teve nove filhos.
Para além da escrita, Dickens dedicou-se afincadamente à leitura pública de excertos das suas obras, actividade de que foi precursor e exemplo. Aliás, várias vezes aludiu à importância que tinha para si esta peculiar proximidade com o público e, aparentemente, as sessões eram sempre um êxito, devido às notórias qualidades do escritor nos âmbitos da oratória e da interpretação dramática. No total, houve 471 leituras públicas.
Considerado um dos escritores ingleses com mais apuradas qualidades humorísticas de todos os tempos e um dos maiores romancistas da história da literatura, Charles Dickens tornou-se uma das grandes forças motrizes da literatura do século XIX, tendo sido um influente porta-voz
da consciência social do seu tempo. Alcançou em vida mais notoriedade e reconhecimento público do que qualquer outro escritor antes dele.
Charles Dickens foi um escritor prolífico e a sua obra é vastíssima. De entre os romances, destacam-se «Oliver Twist» (1838), «Nicholas Nickleby» (1839), «David Copperfield» (1850), «Bleak House» (1853), «Hard Times» (1854), «Little Dorrit» (1857), «A Tale of Two Cities» (1859) e «Great Expectations» (1861).
«Os Cadernos de Pickwick» foram primeiro publicados em fascículos mensais, entre 1836 e 1837. A primeira edição destes fascículos num só volume data de 1837.
Charles Dickens morreu a 9 de Junho de 1870, perto de Chatham, para onde regressara em 1860, tendo sido sepultado na Abadia de Westminster.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Trabalhos e Paixões de FAP

Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco,
Nuno Costa Santos, Ed. Tinta da China, 2012.
Já disponível na Livraria SolMar.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Escritor do mês


A livraria SolMar dá início à rubrica mensal “ Escritor do mês”. Desta forma pode durante todo o mês de fevereiro, comprar as obras de Ernest Hemingway que estarão em destaque com 20% de desconto.
Boas compras e boas leituras.

Ernest Hemingway

PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1954

Ernest Miller Hemingway (1899-1961), romancista e contista norte-americano, nasceu em Oak Park, Chicago, e foi educado no liceu local. O pai de Hemingway era médico e transmitiu ao filho o entusiasmo pelos desportos. A mãe insistira para que o filho se dedicasse à música, mas Hemingway resolveu tornar-se jornalista e escritor. Trabalhou inicialmente como repórter para o Kansas City Star . Em abril de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, alistou-se como voluntário, tendo sido colocado numa unidade de ambulâncias na frente italiana. Pouco depois de ter chegado a Itália, foi ferido numa perna e transportado ao hospital da Cruz Vermelha. Regressou à América e em 1919 voltou a trabalhar como repórter para o jornal de Toronto Star Weekly . O casamento com Hadley Richardson, em 1921, foi o primeiro dos quatro matrimónios do escritor. Na Europa, Hemingway trabalhou como correspondente. Em Paris, para onde partiu em 1922 ao serviço de um jornal canadiano, conheceu Gertrude Stein e frequentou os círculos literários da capital francesa. Ali contactou com outros expatriados: Ezra Pound, James Joyce e Scott Fitzgerald. O livro Three Stories and Ten Poems teve uma circulação limitada em Paris (1924) e no ano seguinte foi publicado o livro de contos In Our Time , que recebeu a aprovação dos críticos americanos. As primeiras obras de Hemingway revelavam a influência de Ring Lardner e Sherwood Anderson, mas a carreira literária do autor desenvolveu-se fundamentalmente a partir das experiências pessoais que mais o marcaram, entre as quais se destacam a guerra e o jornalismo. Em 1926 foi publicado o romance Torrents of Spring, uma paródia do livro de Sherwood Anderson Dark Laughter . No mesmo ano Hemingway publicou The Sun Also Rises (editado na Inglaterra com o título Fiesta ). Este romance e o volume de contos que se seguiu ( Men Without Women , 1927) confirmaram a reputação do escritor. A ação de The Sun Also Rises desenrola-se em Paris e tem como protagonista um jornalista americano ferido na guerra. O romance desenvolve muitas das questões centrais da obra de Hemingway. Em 1928, divorciado de Hadley e casado com Pauline Pfeiffer, o escritor mudou-se para Key West, na Florida. No final desse ano o pai de Hemingway suicidou-se. No romance de 1929, A Farewell to Arms ( Adeus às Armas ), foi retomada a temática da guerra. Entretanto as suas viagens a Espanha, África e Cuba revelaram-lhe atividades que considerou símbolos da condição humana: a tourada e a caça. Na primeira inspirou-se para escrever Death in the Afternoon (1932), um dos seus melhores livros. Em The Green Hills of Africa ( As Verdes Colinas de África , 1935) descreveu as aventuras de um safari, um tema que retomou em The Snows of Kilimanjaro e The Short Happy Life of Francis Macomber , ambos inseridos na coletânea The First 49 Stories (1938). A experiência da guerra voltou a marcar Hemingway quando este partiu para Espanha como correspondente durante a guerra civil espanhola (1936-39). Um dos mais conhecidos romances do escritor, For Whom the Bell Tolls ( Por Quem os Sinos Dobram , 1940), inspirou-se neste episódio. Hemingway escreveu ainda Across the River and Into the Trees ( Na Outra Margem, entre as Árvores , 1950) e The Old Man and The Sea ( O Velho e o Mar ), um breve romance sobre a luta de um pescador cubano contra um peixe gigante. O livro, considerado uma parábola da humanidade, valeu a Hemingway o Prémio Nobel da Literatura em 1954. O estilo inovador de Hemingway, que preferiu a economia de linguagem e a palavra depurada aos artifícios literários e à extensa análise psicológica, influenciou as gerações seguintes de escritores americanos. Hemingway, que desejou ser um homem de ação, um artífice em vez de um artista, cultivou um ideal de virilidade, procurando contornar a derrota final da condição humana: a morte. Suicidou-se no dia 2 de julho de 1961.