Professor universitário, escritor, crítico literário, cronista, este era sem duvida um grande homem no mundo inteléctual e cultural de Portugal. Adeus até sempre.
“ As mulheres precisam mais de ler enredos românticos”
Esta é a frase que me chamou a atenção numa notícia do Diário de Notícias de segunda-feira, 20 Agosto de 2007.
Um estudo subsidiado pelo canal britânico UKTV Drama, que na temporada de verão tem vindo a exibir filmes românticos, chegou à conclusão de que a maior parte dos leitores têm necessidade de uma dose de ciúme, sexo quanto baste, e para os homens uma pitada de violência, que quanto ás mulheres paixão e amor é o mais procurado nas suas leituras, lágrimas, corações a bater, finais felizes são essenciais, para as ditas leitoras. Imaginem que 40% das mulheres precisam de livros românticos para se sentirem melhor, 15% por razões nostálgicas, e 10% por considerarem as suas vidas cinzentas do ponto de vista amoroso. Assim parece no mínimo redutor. Mas agora é que a coisa dá a volta. O dito estudo abrange unicamente literatura inglesa, e num universo de dois mil leitores em que se questiona qual a obra mais apaixonante, Emily Brontë com o seu romance OMonte vendavais foi considerado em primeiro lugar, num Top 10, logo de seguida Jane Auster com Orgulho e Perconceito, em terceiro veio Shakespeare com Romeu e Julieta, quarto Charlotte Brontë com Jane Eyre, em quinto Margaret Mitchell E Tudo o Vento Levou, sexto Michael Ondaatje O Paciente Inglês, sétimo Daphne du Maurier Rebeca , oitavo Boris Pasternak com Doutor Jivago, em nono DH Lawrence O Amante de Lady Chatterley, e por ultimo de Thomas Hardy Longe da Multidão Insensata. Tudo grandes obras da literatura inglesa quer se goste ou não. Nesta altura estava mais tranquila. Era interessante fazer um Top 10 da literatura portuguesa das histórias românticas. Vou lançar a primeira pedra, para mim Camilo Castelo Branco com Amor de Perdição. E para você qual será? Deixo o desafio.
É um poema Um misto de oração e feitiço… Sem qualquer compromisso, Ouve-o atentamente, De coração lavado Poderás decorá-lo E rezá-lo Ao deitar Ao levantar Ou nas restantes horas de tristeza. Na segura certeza De que mal não te faz E pode acontecer que te dê paz…
E nada disto nos farta! E tudo é sempre novo como se fora a primeira vez que o nosso olhar surpreendesse a beleza que nos rodeia. Não entenderam bem a vida os que passaram pelo mundo sem atentar nestas coisas.