domingo, 31 de outubro de 2010

Femme Fatale - Aloe Blacc

O Gato



O gato dos meus vizinhos é
doméstico meiguinho
ocioso castrado


Mas, agora fixa os pássaros
poisados no parapeito
e ao mínimo piar estremece


por momentos fica assanhado
contra a mentira indolente domesticada
da sua vida


Num campo de nada de Marta Furtado.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Urbano Bettencourt lança livro na Livraria Solmar

Urbano Bettencourt lança "Que Paisagens Apagarás" from ARTilharia TV on Vimeo.

Na Livraria Solmar(Ponta Delgada). Uma edição Publiçor com apresentação de Vamberto Freitas

domingo, 24 de outubro de 2010

A Epopeia de Gonçalo M. Tavares



Uma Viagem à Índia, com consciência aguda da sua ficcionalidade, navega e vive entre os ecos de mil textos-objectos do nosso imaginário de leitores. Como todos os grandes livros, este é um deles.
Eduardo Lourenço

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Renata Correia Botelho (in) Público

Fotografia de Mário Roberto


« Renata Correia Botelho, embora não seja a única espectadora dos pequenos detalhes que por aqui vão surgindo, mostra-se capaz de notar e encadear, de uma forma tão singular e aguda, os terramotos que, por vezes, abalam o quotidiano de cada um e que se manifestam em factos tão comuns, como a perda de uma referência que nos habituamos a ter como garantida. Sem "Small Song", é bem provável que grande parte desses detalhes não se votassem a outra coisa que à ausência.»
Crítica por David Teles Pereira (in) Público/ ípsilon 22 de Outubro 2010.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Que paisagem apagarás

Hoje na livraria, apresentação do livro de Urbano Bettencourt, Que paisagem apagarás, uma edição da Publiçor.
A apresentação, marcada para as 20h30, estará a cargo do crítico literário e ensaísta Vamberto Freitas, leitor de língua inglesa na Universidade dos Açores
.

Trata-se de um conjunto de narrativas de diferentes dimensões e muito diversificadas nos seus registos e procedimentos, bem como nas suas representações espaciais, entre o literário e o geográfico, insular ou nem tanto como isso.
Por altura da apresentação ocorrida em 30 de Julho passado, na Biblioteca Municipal de São Roque do Pico, o escritor Carlos Alberto Machado afirmou:

«Uma das coisas com que gosto de me relacionar na escrita poética de Urbano Bettencourt é o seu modo, ou modos, de falar das suas ilhas – de aquela onde nasceu e das outras por onde passou ou em que viveu. Passam os anos e com eles a maneira como nos relacionamos com o nosso mundo, os modos como o filtramos, ou, se quiserem, os modos como o construímos. De algum modo, o olhar poético é essa particular querela de nós com o mundo e de como nela e por ela o escrevemos e nos escrevemos a nós próprios, isto, é, de como cada um de nós se faz um ser diferente dos outros seres. O mundo de ilhas do Urbano não é seguramente o do folclore institucional a que se obrigam os que sofrem de falta de imaginação – e lá vêm então vulcões, magmas, nuvens e neblinas, baleias e baleeiros e mais uma mão cheia de lugares comuns que deveriam apenas, para sossego dos nossos olhos e dos nossos ouvidos, adornar bilhetes postais e outros souvenirs».

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Lágrima

A Lágrima
Edição comemorativa dos 160 anos do nascimento de Guerra Junqueiro, no âmbito de Centenário da República Portuguesa, uma edição da Lello Editores,
capa e ilustrações de Urbano.
À venda na livraria SolMar.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Imaginários Luso - Americanos e Açorianos

Novo livro de Vamberto Freitas
IMAGINÁRIOS LUSO-AMERICANOS E AÇORIANOS
Lançamento em Ponta Delgada dia 28 Outubro pelas 21h00
na Biblioteca Pública e Arquivo Regional.


Há pessoas que, por sua arte e engenho, são capazes de modificar seu tempo. Este é o caso de Vamberto Freitas. Sua acção de professor, crítico e ensaísta, há muito estabelece pontes por este nosso Atlântico, firmando-as como união entre pátrias que têm sua base linguística e cultural na lusofonia. Seu persistente trabalho é capaz de vitalizar, em grau superior, o sistema literário açoriano, entrelaçando-o à matriz portuguesa continental e articulando-o em suas múltiplas possibilidades e metamorfoses no solo das Américas. É um intelectual “de cá” e “de lá”, movendo-se sempre com refinamento, eficiência e originalidade. Um novo livro de Vamberto Freitas não é apenas um lançamento; é uma celebração.

Luiz Antonio de Assis Brasil
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Gasolineiro da Povoação Devorador de Clássicos

Fotografia de Mário Nelson


A fabulosa história de Ângelo Bento Melo, gasolineiro da Vila da Povoação em S.Miguel, devorador de clássicos, é nos contada num texto de Onésimo Teotónio Almeida na revista Ler deste mês.
Victor Hugo, Jorge Luis Borges, Ferreira de Castro, Eça, Guimarães Rosa, Selma Lagerlöf, Saramago, Garcia Marquez, Faulkner, numa lista infindável este homem de 56 anos, depois de um dia de trabalho na bomba de gasolina, dedica todo o seu tempo livre à leitura, «Aqui à dias estive a ler poesia de Antero, fui para a cama os galos já cantavam. Devo dizer que a literatura é um tema inesgotável, todos os dias se publicam livros, há tantos bons livros no mercado, que seria muito bom que as pessoas dessem mais importância à leitura do que dão a outras coisas banais que em nada contribuem para o seu bem-estar social, até pelo contrário, só ajuda a agitar a ordem social.».
Na última vez que Onésimo se cruzou com Ângelo Bento Melo, na livraria Solmar, em Ponta Delgada este comprara A Montanha Mágica e A Pianista.
Para saber toda a história deste açoriano devorador de livros leia a Ler.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Nossa Biblioteca



Livro vencedor do prestigiado World Fantasy Award A Biblioteca reune seis historias fantásticas ligadas à bibliofilia, fazendo-nos pensar em Jorge Luis Borges e na sua biblioteca infinita, mas também no universo de Kafka ou de Umberto Eco. No conto de abertura, um escritor descobre um site onde todos os seus livros, inclusive os que ainda não escreveu descobre um site onde todos os seus livros, inclusive os que ainda não escreveu, se podem consultar; num outro, uma comum biblioteca transforma-se durante a noite num arquivo de almas; noutro, ainda, o Diabo decide establecer os niveis da literacia infernal...

A biblioteca virtual
A biblioteca particular
A biblioteca nocturna
A biblioteca infernal
A biblioteca minimal
A biblioteca requintada

A Biblioteca de ZORAN ZIVKOVIC numa edição da Cavalo de Ferro.

ZORAN nasceu em 1948 na Jugloslávia, actual Sérvia, na cidade de Belgrado, onde vive. É Autor de uma vasta obra ficcional, traduzida com sucesso em várias línguas, que faz dele um dos autores mais interressantes da narrativa contemporânea.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Man Booker Prize 2010


O britânico Howard Jacobson com The Finkler Question ( Bloomsbury)
é o vencedor do Man Booker Prize 2010.
Para já só em inglês.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

feliz aniversário - a nós os dois

Robert Frank


"Onde ir buscá-los, como alargar também os espaços dos meus afectos?
Na Livraria SolMar, naturalmente. Foi aqui que desde logo os encontrei a todos, e o José Carlos e o Albano depressa me fizeram sentir em casa, impatriado, por assim dizer. A Livraria, portanto, faz parte do meu imaginário micaelense, é-me tão natural como o mar que lhe está em frente, como o danado ventinho que sopra constantemente nesta avenida, como as portas que marcam para todos esta nossa cidade de Ponta Delgada.
Entro aqui praticamente todos os dias, leio ou compro os meus livros, falamos do que os outros dizem de nós e nós deles, planeamos encontros culturais, ouvimos música e damos sempre as bem-vindas a quem entra sem cara de aborrecido. Se falo deste modo íntimo ou familiar é porque assim sempre me senti. "

A Ilha Em Frente de Vamberto de Freitas, Edições Salamandra.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Prémio Nobel da Literatura -Mario Vargas Llosa

Escritor peruano Mario Vargas Llosa ganha o Nobel da Literatura 2010
Publicado em Portugal pela editora Dom. Quixote.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

The Book - Birdwatching in the Azores


With this book we hope to contribute to the general Knowledge of the Azorean avifauna.

domingo, 3 de outubro de 2010

Os Açores vistos por Mark Twain



“ Suponho que na América pouco se sabe dos Açores. De todos os passageiros do nosso paquete, não havia um único que soubesse o que fosse sobre estas ilhas (…). A comunidade é principalmente portuguesa – ou seja, pobre, apática, modorrenta e preguiçosa (…). A população das ilhas perfaz cerca de 200 000 almas, quase todas portuguesas. Tudo está perfeitamente establecido, visto que a região já tinha cem anos quando Colombo descobriu a América. A colheita principal é o milho, que eles cultivam e moem tal e qual faziam os seus tetravós (…). Os bois pisam os espigas de trigo, segundo o costume do tempo de Matusalém. Não há um único carrinho de mão em toda a terra: levam tudo à cabeça, ou em cima das mulas, ou numa carroça com caixa de vime e rodas de madeira maciça cujo os eixos giram em simultâneo com as rodas. Não há qualquer arado moderno naquelas ilhas, e nem uma só ceifeira. Todas as tentativas de introduzir essas ferramentas agrícolas falharam. Os bons católicos dos portugueses benzeram-se e pediram a Deus que os guardasse do desejo herético de quererem saber mais do que os seus pais antes deles. O clima é ameno; nunca têm neve ou gelo, e não há uma única chaminé em toda a povoação. Os burros e os homens, as mulheres, e as crianças da família comem e dormem todos na mesma casa, e apresentam-se sujos, cheios de bichos e extremamente felizes. As pessoas mentem e enganam os estrangeiros, e são terrivelmente ignorantes e não têm quase nenhum respeito pelos mortos. Por esta última característica bem se vê que são pouco melhores do que os burros com que dormem e comem.”

Excerto de A Viagem dos Inocentes de Mark Twain, edição Tinta da China de 2010, originalmente publicado em 1869.


A Viagem dos Inocentes é a primeira edição portuguesa de um dos grandes clássicos da literatura de viagens.
Mark Twain, «pai da literatura americana», parte num navio em direcção à Europa, passando pelos Açores. Entre os seus destinos incluem-se Marrocos, França, Itália, Grécia, Rússia e, mais a oriente, os lugares bíblicos.
Na verdade, este foi o maior sucesso literário que Mark Twain conheceu em vida.

Mark Twain é corrosivo e cruel na descrição e considerações sobre os Açores.