segunda-feira, 8 de novembro de 2010

As Aventuras de Augie March



É voz corrente que As Aventuras de Augie March equivalem, no século XX, às de Huckleberry Finn; e que Augie March é o Tom Jones do West-Side de Chicago, ou o Wilhelm Meister dos anos da depressão. Martin Amis, por exemplo, diz que As Aventuras de Augie March é o grande romance da literatura americana, e que não vale a pena procurar mais.
Nesta narrativa picaresca das glórias e vicissitudes da fortuna, o herói, um homem de qualidades indefiníveis, cuja motivação principal é a busca do amor, conta a sua história.
Esta envolve uma inigualável gama de esquemas e episódios mirabolantes – que vão do trato com pugilistas ao contrabando de emigrantes; do roubo de livros à organização de sindicatos; da segurança de Trotski, no México, ao treino de águias temperamentais na caça de lagartos gigantes, ou ao resgate da humanidade pela abolição do aborrecimento.
Escusado será dizer que estes projectos são acompanhados (ou interrompidos ) por relações com mulheres fortes, sempre excelentes amantes, e às vezes ricas.
Em As Aventuras de Augie March, Saul Bellow regressa à forma primordial do romance – o romance de formação – sempre consentânea com a observação humorística da variedade humana – fértil na criação de personagens – e a preferência da vida sobre a arte.
As Aventuras de Augie March de Saul Bellow, Ed. Quetzal

1 comentário:

Anónimo disse...

Este é definitiva e absolutamente um dos melhores livros de 2011, li o original em francês, é uma experiência vivida com vivências reiais. Quero descobrir mais sobre este autor, como faço?

J P Medeiros