A desilusão continua no mundo dos e-readers, o novo “tablet” apresentado pela Apple, com ecrã táctil e teclado no monitor, de seu nome iPad borra a tinta electrónica . No lançamento Steve Jobs disse “Vê-lo não é a mesma coisa que ter um na mão” pois não, não é pratico, é assim uma espécie de iPhone gigante. Quem já leu um e-book sabe que cansa muito a vista, imagine num ecrã LED dos produtos da Apple, e a luta constante para evitar que o ecrã mude da vertical para a horizontal sem querermos, para além disso, a loja e a aplicação ibooks só estarão disponiveis e a funcionar nos EUA. Os senhores do Kindle e do iPad, enquanto não entenderam que um e-book não pode ser uma cópia simples do livro impresso, continuaram a desiludir no que ler livros diz respeito. No futuro o que mudará é ler o livro mas também aceder a “links”, ver vídeos, ouvir som, ou seja uma experiência capaz de suplantar a que o impresso nos dá, isto é o que os especialistas consideram. Espero eu que seja num futuro longínquo.
2 comentários:
Eu, apesar de ter vários gadgets e ser muito activo no ciberespaço, pelo menos ainda não aderi, continuo a gostar do cheiro e textura do papel e a tirar um prazer imenso de folhear livros numa livraria antes de me decidir por uma compra.
Penso que há aqui algumas confusões e algumas mistificações por parte do autor que, na minha perspectiva devem ser referenciadas.
“A desilusão continua no mundo dos e-readers…”
Parece-me que há aqui algum “wishfull thinking” uma vez que a venda dos ebook readers tem aumentado de tal forma que, neste momento, o Kindle é o item mais vendido no site da Amazon.
“o novo “tablet” apresentado pela Apple, com ecrã táctil e teclado no monitor, de seu nome iPad borra a tinta electrónica”
Concedo que este tablet da Apple é uma grande desilusão mas, ao contrário do que muitas vezes tem sido referido, o ipad não é um ebook reader, e tal não acontece por que um ebook reader utiliza a tecnologia eink, que imita a tipografia no papel, em vez de Cristais ou LED. São milhares de milhares de micro cápsulas, mais finas que um cabelo humano constituídas por partículas brancas, de carga eléctrica positiva, e partículas negras, estas de carga negativa, ambas suspensas num determinado líquido condutor, assentes numa fina folha de plástico, que imita uma folha de papel regular. Não tem retroiluminação, e como tal, ao contrário do que o autor refere, cansam tanto a vista como uma folha de papel. Isto não é uma opinião, é uma matéria de facto.
“No futuro o que mudará é ler o livro mas também aceder a “links”, ver vídeos, ouvir som, ou seja uma experiência capaz de suplantar a que o impresso nos dá”
Isso já acontece. No caso do Kindle podemos aceder ao site da Wikipédia ou à loja da Amazon sem encargos adicionais. Para além disso tem um dicionário incorporado que imediatamente nos tira dúvidas sobre uma palavra ou frase. Tem um Text-to-speech que nos lê o texto e ainda suporta o formato de áudio books e leitura de MP3. Permite-nos ainda assinar jornais e revistas e recebê-los ainda antes de chegarem ás bancas.
“aplicação ibooks só estarão disponiveis e a funcionar nos EUA”
Este é o grande senão e aqui concordo com o autor. No entanto isto não é uma fatalidade. Cabe às empresas livreiras portuguesas acompanhar a modernidade, pois só assim poderão sobreviver. Compreendo a resistência da mudança. Eu próprio tive algumas dúvidas e desconfianças quando comprei um ebook reader, no entanto, hoje, leio mais do que nunca (pelo menos 1 livro por semana). O futuro está também na sustentabilidade dos nossos recursos, e este, é também um passo importante nesse sentido.
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