Ghost Writers, “escritores fantasmas”, são no mundo da edição livreira anglo-americano, aqueles cujo nome nunca aparece nas autobiografias ou nos livros assinados por figuras públicas, mas que são os verdadeiros responsáveis pela sua forma definitiva.
O realizador Roman Polanski, sob prisão domiciliária na Suíça, envolvido num processo judicial longe de estar resolvido, estreou no festival de Berlim o seu último filme. Baseado num romance do inglês Robert Harris, a personagem anónima interpretada por Ewan McGregor (cujo nome nunca é sequer mencionado nas duas horas de filme), é contratado para dar forma ao manuscrito das memórias de um ex-primeiro-ministro britânico, que reside nos EUA, e acaba de ser colocado sob investigação pelo Tribunal dos Direitos Humanos, pela possível cumplicidade em crimes de guerra no conflito do Iraque. Já levantada a hipótese de o primeiro-ministro que Harris admite ser inspirado por, mas não baseado em, ser Tony Blair.
Um thriller mainstream com ecos nos filmes de conspiração dos anos 70, ou dos mistérios de Hitchcock. A casa do escritor recria as famosas mansões de Martha’s Vineyard.
The Ghost Writer fica marcado pela ausência de Roman Polanski na estreia, como se fosse ele mesmo, o maior dos fantasma, o cineasta polaco é protagonista dum complexo folhetim que o persegue, como de um filme se tratasse.
1 comentário:
Polanski ganhou em Berlim,Urso de Prata - Melhor Realizador.
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