“Na leitura, a amizade é subitamente reconduzida à sua pureza primordial. Com os livros, nada de amabilidades. Se passamos a noite com esses amigos, é porque assim verdadeiramente nos apetece. A eles, pelo menos, só a contragosto è que muitas vezes os deixamos. E, quando os deixamos, não há nenhum daqueles pensamentos que estragam a amizade. Que pensaram de nós? – Ter-lhes-emos agradado?
- E nem receio de sermos esquecidos. Todas as agitações da amizade expiram no limiar desta amizade pura calma que é a leitura.
Não há tão-pouco lugar de preferência: somente rimos do que diz Moliére na medida exacta em que achamos engraçado; quando nos aborrecemos, não temos medo de nos mostrar aborrecidos, e quando decididamente já estamos fartos de estar com ele colocamo-lo no seu lugar, tão bruscamente como se ele não tivesse génio nem celeridade. A atmosfera desta pura amizade é o silêncio mais puro do que a palavra. (…) Entre o pensamento do autor e o nosso não se interpõem esses elementos irredutíveis, refractários ao pensamento, dos nossos diferentes egoismos.”
Marcel Proust
- E nem receio de sermos esquecidos. Todas as agitações da amizade expiram no limiar desta amizade pura calma que é a leitura.
Não há tão-pouco lugar de preferência: somente rimos do que diz Moliére na medida exacta em que achamos engraçado; quando nos aborrecemos, não temos medo de nos mostrar aborrecidos, e quando decididamente já estamos fartos de estar com ele colocamo-lo no seu lugar, tão bruscamente como se ele não tivesse génio nem celeridade. A atmosfera desta pura amizade é o silêncio mais puro do que a palavra. (…) Entre o pensamento do autor e o nosso não se interpõem esses elementos irredutíveis, refractários ao pensamento, dos nossos diferentes egoismos.”
Marcel Proust
1 comentário:
ora bem :)
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