terça-feira, 7 de agosto de 2012

Leitura de Viagem



«Leitura de viagem – uma designação genérica repleta de conotações de inferioridade. Encontra-se largamente divulgada a opinião de que o que se lê em viagens tem de ser do mais leve e superficial, balelas que ajudam a «passar o tempo». Eu nunca entendi semelhante atitude. É que, à parte o facto de a chamada literatura de entretenimento ser sem dúvida a mais aborrecida do mundo, não consigo descortinar por que motivo uma pessoa, logo numa ocasião tão solene e séria como a que representa uma viagem, deverá descer abaixo dos seus hábitos intelectuais e passar a satisfazer-se com futilidades.»
Thomas Mann, 1934.

Thomas Mann realizou dez viagens aos Estados Unidos. Na primeira navegou a bordo do Volendam. No decurso dessa viagem o escritor dedicou-se à leitura de uma edição em quatro volumes de Dom Quixote e ocupou-se ainda com a escrita de um diário, a que chamou Viagem Marítima com Dom Quixote, onde, por um lado, expressa opiniões -certeiras, iluminadas, inteligentes -sobre a obra de Cervantes, e, por outro, descreve a vida a bordo e narra pequenos incidentes. Um magnífico ensaio que testemunha o envolvimento de um grande escritor com a obra-prima de outro grande nome da literatura.

Viagem Marítima com D. Quixote, Thomas Mann, Ed. D.Quixote.




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