quinta-feira, 26 de março de 2009

Para acabar de vez com a leitura


No Dia do Livro Português, aqui fica o depoimento lúcido de António Barreto:
“Da maneira como o Governo aposta na informática, sem qualquer espécie de visão crítica das coisas, se gastasse um quinto do que gasta, em tempo e em recursos, com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso. O Magalhães, nesse sentido, é o maior assassino da leitura em Portugal. Chegou-se ao ponto de criticar aquilo a que chamaram “cultura livresca”. O que é terrível. È a condenação do livro. Quando o livro é a melhor maneira de transmitir cultura. Ainda é a melhor maneira. A coroa de todo este novo aparelho ideológico que está a governar a escola portuguesa – e noutras partes do mundo é o Magalhães. Ele foi transformado numa espécie de bezerro de ouro da nova ciência de uma nova cultura, que , em certo sentido, é a destruição da leitura."

Entrevista a António Barreto por Carlos Vaz Marques, Revista Ler nº78

7 comentários:

Anónimo disse...

É pena que AB não saiba que através da NET também se pode ler livros, artigos, jornais, revistas, consultar dicionários e enciclopédias, etc.
Ainda recentemente alguns dos maiores jornais dos países ricos problematizaram as edições em papel e valorizaram as edições on line.
Essa é uma inevitabilidade que não podemos conter. O importante é ler mais para saber mais e isso a net proporciona sem grandes custos.
Deixem o Magalhães e descubram todas as virtualidades da net.

Anónimo disse...

Senhor JGA, nada contra a literacia computacional. Mas aprender a ler e escrever no básico é essencial para a formação de cada um de nós, até mesmo para utilizar as edições on line. Os paises que você refere, têm hábitos de leitura muito elevados, devido a esse facto são bem mais ricos do que nós, em todos os sentidos da palavra.
O livro é eterno.

Lídia disse...

Que me desculpem os defensores das novas tecnologias, mas ler online só mesmo pequenos textos.

jga disse...

Se não houvesse a democratização dos computadores, certamente se leria ainda menos. De resto, o velho conceito de hábitos de leitura remete, na maior parte das vezes, para os livros, revistas e jornais físicos. Ora, como estes não chegam à maioria dos lares,porque são caros, muito caros!!!, a net proporciona essa leitura digital.
POr que será que há mais livrarias e elas estão mais concorridas?
O livro, como objecto físico, constituído por papel, não é eterno, nem nunca foi. Quantos milhares de obras se perderam pelos mais variados motivos?
Nada é eterno neste mundo. Só o espírito e esse, devido à evolução das mentalidades e da ciência, vai-se adaptando às tecnologias. Outrora foi a imprensa. Agora a plataforma digital. Mas outras virão, salvaguardando sempre - e isso é que importa! - o conhecimento humano, a criatividade, a arte e a cultura.

Filipe Machado disse...

Sábias são as palavras do reconhecido sociólogo António Barreto.

Helena disse...

JGA
Pelos seus comentários denota-se alguma falta de conhecimentos que não vou aqui mencionar, parece que devia investir muito mais em livros, a menos que a Net esteja a dar-lhe outro tipo de situação:))
Repare, ninguém é contra a net ou informática, se não, nem estavamos aqui a falar do assunto.
Mais duas sugestão trate bem os seus livros(se os tem), que eles não desparecem, ou então como é um defensor das ditas plataformas, pode ler num KINDLE.

JGA disse...

É pena que as pessoas não discutam ideias e quando não apresentam argumentos, cingem-se ao ataque pessoal. É pena! Pois olhe, Helena, os lçivros servem também para aprender a respeitar as ideias dos outros e não apenas para ganhar dinheiro ou para mostrar bibliotecas. Seria tão bom que os leitores fizessem das letras vida. Mas parece que assim não acontece aos "pseudo" missionários dos livros.
Ponto Final.