George Steiner nascido em Paris, de pais judeus austríacos, reparte a sua vida pela Inglaterra e pela Suíça, o grande intelectual é um dos expoentes máximos da grande cultura europeia. Steiner a partir da escala humana, do mapa dos cafés, da geografia, dos filósofos, artistas e professores, explica-nos a nossa cultura comum, a ideia de Europa. É precisamente a cultura e a sua expressão na unidade da diversidade que nos dão esperança, quando pensamos no futuro da mesma. A cultura e o seu mundo têm uma importância fundamental para a qualidade da vida humana. A beleza da arte e a nobreza de espírito, como sentido de vida e a possibilidade de alcançar a nossa dignidade é nos oferecida pelo conhecimento. A cultura, como o amor, não possui uma capacidade para obrigar, é contudo imperativo aceitar a responsabilidade pela existência da cultura europeia, respeitando e preservando uma civilização. Este precioso livro A ideia de Europa de George Steiner (editora gradiva, palestra, proferida no Nexus Institute) é de leitura recomendada em semana de eleições europeias, em que a palavra “Cultura”, esteve ausente da confrangedora campanha eleitoral dos nossos candidatos de recurso.
“A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. (…) Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da “ ideia da Europa.”
“A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. (…) Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da “ ideia da Europa.”
1 comentário:
http://alegreoutriste.blogspot.com/2008/06/o-que-nos-falta.html
“As artes, as humanidades, a filosofia e a teologia, a beleza – cada uma delas existe para permitir à humanidade descobrir e reivindicar a posse da sua forma mais elevada de dignidade. É a herança cultural, as importantes obras de poetas e pensadores, artistas e profetas, que uma pessoa tem de usar para a cultura animi (a expressão é de Cícero), o cultivo da alma e do espírito humanos – para que a pessoa possa ser mais do que aquilo que também é: um animal." Rob Riemen (Director Fundador do Nexus Institute) in A Ideia de Europa de George Steiner.
E quantos animais andam por aí à solta? Muitos. Demasiados. Enquanto se insistir na cultura do betão, do carro, do futebol e de outras diversões de qualidade duvidosa, em detrimento de uma educação responsável e alargada, continuaremos boçais e muito atrás dessa Europa à qual pertencemos, na teoria, mas nem por isso nos enquadramos, na prática.
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