George
Orwell, oriundo da Índia Britânica, mais propriamente, de Motihari, assumiu-se
como jornalista, ensaísta político e um como um dos mais emblemáticos escritores
ingleses do século XX.
Ao
defender o autonomismo, George Orwell fora considerado simpatizante do
anarquismo, opondo-se, de forma intensa, ao totalitarismo. A sua produção
literária é marcada pela oposição mencionada, além de que reflete profundas
injustiças sociais. Estes seus ideais transparecem na célebre obra intitulada 1984 que se apresenta como um romance
distópico, cujo foco incide na realidade e no terror de cariz político nos mais
diversos países. George Orwell, em 1984,
critica os fatores que na sociedade moderna poderiam conduzir a uma vida de
privação e embrutecimento. É de referir que o escritor, ao escrever 1984, não imaginava que a sua obra
adquirisse um caráter profético, apesar de se ter assistido à concretização de
certos cenários patentes na mesma – “The
Big Brother is Watching you”.
Na
obra Ensaios escolhidos estão
reunidos 37 ensaios que acompanharam o trajeto de George Orwell desde a
Birmânia até à sua vida em Londres e Paris. Veja-se, por exemplo, em Bons Maus Livros, a reflexão do autor acerca
de obras que não tendo grandes pretensões literárias eternizaram-se: “Um tipo de livro que raramente vemos ser
produzido hoje em dia, mas que floresceu abundantemente no final do século XIX,
é aquele que a Chesterton chamou o “bom mau livro”, ou seja, o tipo de livro
que não tem pretensões literárias, mas que permanece legível numa altura em que
produções mais sérias já desapareceram de cena. Dentro desta categoria, livros
claramente notáveis são Raffles e as histórias de Sherlock Holmes, que
mantiveram a sua posição enquanto inúmeros “romances sociais”, “documentos humanos”
e “terríveis denúncias” disto ou daquilo caíram num merecido esquecimento. (…)
Contudo, todos os livros de que tenho estado a falar são “literatura de
evasão”. Formam gratos nichos na nossa memória, sossegados recantos onde o
espírito pode pastar ocasionalmente, mas dificilmente pretendem ter algo que
ver com a vida real”.
Ensaios Escolhidos,
George Orwell, Relógio D’Água, 2016.
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