"Vi com estes olhos, em Sarajevo e em Nova Iorque, a
rapidíssima velocidade a que qualquer sociedade pode cair de um momento para
outro. Neste romance interessava-me discutir ideias do que é o pior povo do
mundo? Se o pior povo somos nós? E qual é esse caminho? Se, como dizia Primo
Levi, “deixamos de ser homens quando esperamos que o homem que está ao nosso
lado morra para lhe comermos o pão”. Acho que é uma das perguntas mais
fundamentais que é preciso fazer, para perceber a rápida desagregação a que qualquer
sociedade está sujeita. Basta haver uns crápulas que se aproveitem da
ignorância das pessoas para lucrar financeiramente, religiosamente ou
politicamente... E tudo cai e de repente estamos outra vez na barbárie."
Rui Cardoso Martins, (In) Jornal i
Hoje as
moscas estão moles, parecem parvas, há ali uma senhora a queixar-se. Vou só pôr
água nas flores.
Tocam no braço nu, as asas como bigodes de gato, e aterram no cabelo, nas pálpebras, na penugem atrás do pescoço, mas em que pensam vocês moscas, dá-me carinhos, faço-te cócegas, vamos pôr as novidades em dia?
Se Fosse Fácil Era para Os Outros, Rui Cardoso Martins, Dom. Quixote, 2012.
Tocam no braço nu, as asas como bigodes de gato, e aterram no cabelo, nas pálpebras, na penugem atrás do pescoço, mas em que pensam vocês moscas, dá-me carinhos, faço-te cócegas, vamos pôr as novidades em dia?
Se Fosse Fácil Era para Os Outros, Rui Cardoso Martins, Dom. Quixote, 2012.
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