Tomas Tranströmer
«A minha vida.» Quando penso estas
palavras, vejo diante de mim um rasto de luz. Observando melhor, a luz tem a
forma de um cometa, com a cabeça e uma cauda.
A extremidade mais luminosa, a
cabeça, é a infância e a idade de crescimento. O núcleo, a parte mais densa, é a primeira
infância, quando são determinados os traços principais da nossa vida. Tento
recordar-me, então chegar lá.
As Minhas Lembranças Observam-me, Tomas Tranströmer
Posfácio de Pedro Mexia
Sextante Editora, 2012.
este agora
eleva-se como fumo quente em ar frioeste sereno agora
o cão abandonou o seu latido
a lebre abandonou a boca humanae toca sozinha
neste pobre e belo agora luta
contra a armada dos segundose se afoga num redemoinho
embora me vá sobreviver
Poema publicado na primavera de 1948,
no jornal dos estudantes do Liceu Sodra Latin, de Estocolmo, onde T.T. estudou.
Não há nem título nem qualquer pontuação neste poema.
Sem comentários:
Enviar um comentário