«Um desgosto
avassalador leva um lisboeta a refugiar-se numa enseada perdida dos Açores para
cumprir um velho sonho: avistar baleias. Enquanto espera pela chegada dos
gigantes marinhos, ocupa os dias naquele lugar dominado pelo ruído do oceano a
tentar reencontrar-se e a escrever cartas para o seu melhor amigo, contando-lhe
o fio dos seus dias no exílio, mas também para destinatários tão improváveis
como o Instituto Nacional de Estatística, o boxeur português com mais derrotas
acumuladas ou um guru de auto-ajuda de sucesso planetário. À medida que o tempo
passa, consegue vencer a solidão absoluta que impôs a si próprio e estabelece
contacto com os seus poucos vizinhos, como um alemão bem-humorado, que todos os
dias sai sozinho para o mar, e um casal de reformados oriundo do continente,
que recebe cartas do filho dos mais variados lugares do mundo. Depressa
descobre que, naquela enseada, todos têm qualquer coisa a esconder e nada é
exactamente o que parece.»
À Espera de Moby Dick, Nuno Amado, Oficina do Livro.
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