Um cinema que divulgue obras contemporâneas e de autor, com uma programação assente na qualidade, diversidade, não sujeita aos critérios exclusivos do mercado.
A exibição dominada pelas salas da Castelo Lopes e com a facilidade que existe no cinema doméstico, cabe a essa sala alternativa criar e alimentar um público cinéfilo mais exigente e com sentido crítico, proporcionando ao espectador serviços associados, atendimento personalizado, serviço educativo, informação através de publicação e website sobre os filmes, sessões programadas e dirigidas, em vários formatos e géneros, da curta-metragem ao documentário, encontros com realizadores e críticos. Uma alternativa onde se possa conjugar outras artes e vários públicos não esquecendo o infantil e os idosos, um espaço não-elitista com o grande objectivo da defesa do cinema como uma expressão artística singular.
Em Ponta Delgada, isto só será possível com a sensibilização e conjugação dos poderes públicos (Autarquia, Governo regional, ICA – Instituto de Cinema e Audiovisual ), apoiar uma exploração consciente e sensata, para que seja possível ver outro cinema.
“ As únicas salas de cinema que cumpriram uma função, disse Charly Cruz, eram as velhas, lembras-te? Aqueles cinemas enormes que quando se apagavam as luzes o nosso coração se encolhia.
Aquelas salas, sim, eram verdadeiros cinemas, o mais parecido com uma igreja, tectos altíssimos, grandes cortinas vermelho grená, colunas, corredores com velhas alcatifas gastas, palcos, lugares de plateia, balcão ou galinheiro, edifícios construídos nos anos em que o cinema ainda era uma experiência religiosa, quotidiana, porém, religiosa, e que pouca a pouco foram demolidas para edificar bancos ou supermercados ou multicinemas.”
2666, Roberto Bolano
A exibição dominada pelas salas da Castelo Lopes e com a facilidade que existe no cinema doméstico, cabe a essa sala alternativa criar e alimentar um público cinéfilo mais exigente e com sentido crítico, proporcionando ao espectador serviços associados, atendimento personalizado, serviço educativo, informação através de publicação e website sobre os filmes, sessões programadas e dirigidas, em vários formatos e géneros, da curta-metragem ao documentário, encontros com realizadores e críticos. Uma alternativa onde se possa conjugar outras artes e vários públicos não esquecendo o infantil e os idosos, um espaço não-elitista com o grande objectivo da defesa do cinema como uma expressão artística singular.
Em Ponta Delgada, isto só será possível com a sensibilização e conjugação dos poderes públicos (Autarquia, Governo regional, ICA – Instituto de Cinema e Audiovisual ), apoiar uma exploração consciente e sensata, para que seja possível ver outro cinema.
“ As únicas salas de cinema que cumpriram uma função, disse Charly Cruz, eram as velhas, lembras-te? Aqueles cinemas enormes que quando se apagavam as luzes o nosso coração se encolhia.
Aquelas salas, sim, eram verdadeiros cinemas, o mais parecido com uma igreja, tectos altíssimos, grandes cortinas vermelho grená, colunas, corredores com velhas alcatifas gastas, palcos, lugares de plateia, balcão ou galinheiro, edifícios construídos nos anos em que o cinema ainda era uma experiência religiosa, quotidiana, porém, religiosa, e que pouca a pouco foram demolidas para edificar bancos ou supermercados ou multicinemas.”
2666, Roberto Bolano
6 comentários:
Caro José Carlos,
é uma necessidade premente criar um espaço da natureza que muito bem descreves.
Apoio, inteiramente, as tuas palavras e sugestões — e a citação de Bolaño não poderia ser mais acertada.
Abraço.
Sam, tu já tens um lugar cativo nesta sala de cinema, pois muito e bem tens contribuido para a divulgação da 7ª Arte.
Obrigado
foi pena as salas do solmar terem encerrado. mts bons filmes vi eu às 5 da tarde, na sala 2...absolutamente sozinha ;)
Bolaño o homem que todos andam a ler fala com amor dos tempos idos do cinema. Tempos que nunca mais voltam porque as pessoas estão mais estúpidas e comodistas. Querem é ver filmes comerciais de preferência sem sair de casa. Assim não há cinema alternativo que resista.
Entendo que a rentabilização de uma sala com esse género de filme deve ser complicada. Tal como a Maninha escreveu, existiam imensas sessões de sala praticamente vazia. Ainda assim, muitos de nós sentimos falta da oferta cinematográfica que o Cinema no Solmar proporcionava. Esperemos que seja encontrado um meio termo que possa satisfazer ambas as partes. Que faz falta, faz!!
por mim, quanto menos gente no cinema, melhor. o silêncio e a concentração são maiores; mas compreendo que isso não seja nada "interessante" para quem pretende rendibilizar a sala
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