“Apesar de ter nascido em Lisboa, considera-se açoriano, uma vez que foi em Ponta Delgada que viveu os anos essenciais na formação da sua personalidade. …Aos 35 anos, afirma já ter passado por várias áreas e estar a chegar a uma fase de definição de caminhos. Actualmente dá uns workshops de escrita criativa, sublinhando a dificuldade da tarefa: “É complicado ensinar humor às pessoas. Eu não gosto de fórmulas, e as pessoas podem vir para as aulas à procura disso. Mas esta é uma área em que gosto de trabalhar e que sinto que posso desenvolver.” Além disso, aceita as designações de “cronista”, enquanto pessoa que assume um determinado ângulo de visão, e “escritor” : “Não sou um Escritor (com e maiúsculo), nem pretendo ser. Mas, numa perspectiva despretensiosa, sou um escritor, porque faço da escrita a minha vida.” Apesar de multifacetado, existe no entanto uma designação que Nuno Costa Santos rejeita: “Não sou um cómico. A maioria dos cómicos são bastante profissionais e competitivos, mas eu não me sinto parte dessa família. O meu objectivo principal não é fazer rir os outros. O meu humor por vezes vem do absurdo, é uma atitude filosófica em relação à vida. Quando trabalhei única e exclusivamente a fazer humor não fui feliz; senti que corria o risco de me tornar um técnico ou um funcionário público do humor.” …
Das suas referências nacionais fazem parte poetas como Ruy Belo, Alexandre O’ Neill e Fernando Assis Pacheco. Por outro lado, as crónicas de Miguel Esteves Cardoso constituíram também um ponto a favor de algumas escolhas profissionais que foi fazendo ao longo dos anos. Além disso, afirma divertir-se com as crónicas de Pedro Mexia e João Pereira Coutinho, pelo sentido da “desimportância” que atribuem a algumas especificidades da vida. Ocupando um local indestronável, Herman José continua a ser, na sua opinião, o maior humorista português “ Eu sei que a resposta não é original, mas o Herman formou uma geração. Lembro-me de chegar todos os dias a casa e de me sentar a ver A Roda da Sorte. O Herman é o Miguel Esteves Cardoso da televisão.”
Ana Catarina Pereira, O melancómico, in Revista Nós 46, Jornal i, 2010
“ Provar um desgostozinho de cada vez. Há o menu de degustação e o menu de desgostação”
Nuno Costa Santos, melancómico
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