segunda-feira, 18 de julho de 2016

George Orwell - "Ensaios Escolhidos"



George Orwell, oriundo da Índia Britânica, mais propriamente, de Motihari, assumiu-se como jornalista, ensaísta político e um como um dos mais emblemáticos escritores ingleses do século XX.
Ao defender o autonomismo, George Orwell fora considerado simpatizante do anarquismo, opondo-se, de forma intensa, ao totalitarismo. A sua produção literária é marcada pela oposição mencionada, além de que reflete profundas injustiças sociais. Estes seus ideais transparecem na célebre obra intitulada 1984 que se apresenta como um romance distópico, cujo foco incide na realidade e no terror de cariz político nos mais diversos países. George Orwell, em 1984, critica os fatores que na sociedade moderna poderiam conduzir a uma vida de privação e embrutecimento. É de referir que o escritor, ao escrever 1984, não imaginava que a sua obra adquirisse um caráter profético, apesar de se ter assistido à concretização de certos cenários patentes na mesma – “The Big Brother is Watching you”.
Na obra Ensaios escolhidos estão reunidos 37 ensaios que acompanharam o trajeto de George Orwell desde a Birmânia até à sua vida em Londres e Paris. Veja-se, por exemplo, em Bons Maus Livros, a reflexão do autor acerca de obras que não tendo grandes pretensões literárias eternizaram-se: “Um tipo de livro que raramente vemos ser produzido hoje em dia, mas que floresceu abundantemente no final do século XIX, é aquele que a Chesterton chamou o “bom mau livro”, ou seja, o tipo de livro que não tem pretensões literárias, mas que permanece legível numa altura em que produções mais sérias já desapareceram de cena. Dentro desta categoria, livros claramente notáveis são Raffles e as histórias de Sherlock Holmes, que mantiveram a sua posição enquanto inúmeros “romances sociais”, “documentos humanos” e “terríveis denúncias” disto ou daquilo caíram num merecido esquecimento. (…) Contudo, todos os livros de que tenho estado a falar são “literatura de evasão”. Formam gratos nichos na nossa memória, sossegados recantos onde o espírito pode pastar ocasionalmente, mas dificilmente pretendem ter algo que ver com a vida real”.

Ensaios Escolhidos, George Orwell, Relógio D’Água, 2016.


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