domingo, 27 de setembro de 2009

Imprevisibilidade da Paixão

O nobel português iniciou em 1959 a actividade de tradutor, José Saramago de forma autodidacta após as breves noções que tivera na escola industrial, era obrigado a faze-lo por necessidades financeiras, no entanto o livro Chéri, de Colette, foi um dos que mais apreciou traduzir, “ Colette tem um estilo dos mais perfeitos e acabados que alguma vez França teve”. O livro é a história de uma iniciação, Léa de Lonval, uma cortesã quase retirada que empreende a educação sentimental do filho de uma antiga rival. A imprevisibilidade da paixão, acompanhada por extrema lucidez na observação do meio e das personagens, meios em que Colette tão bem se moveu. A autora de Chéri fez desde o inicio do século XX, quase tudo o que era proibido a uma mulher na Paris de então.
Acima de tudo porém, impõe-se a reivindicação de uma certa sagesse feminina, que Simone Beauvoir apontaria depois como exemplo “ facto quase único na história das letras e das ideias, uma mulher (Colette) soube exprimir os princípios de uma sabedoria autenticamente feminina”. A reedição feita (Editorial Presença) sobre uma antiga tradução de José Saramago, coincide com a estreia do filme de Stephen Frears, com a estrela Michelle Pfeiffer no papel principal, o da cortesã Léa de Lonval. Colette era uma escritora muito poderosa e sensual e muito à frente do seu tempo, no fim, apesar de escandalosa era respeitada e admirada, quando morreu, teve direito a um funeral de Estado.

2 comentários:

Lídia disse...

Estou ansiosa para ver este filme.

Sam disse...

Tive a oportunidade de ver, recentemente, este filme mas não o considero uma das principais obras de Stephen Frears.

Como ainda não conheci a fonte literária, custa-me "julgar", a 100%, CHÉRI.

Cumps.