quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tarzan Roberto, o desolado sem che(e)ta(h)

O Museu do Quai Branly, em Paris terá patente até 13 de Setembro uma exposição intitulada "Tarzan! ou Rousseau chez les Waziri" (Tarzan! ou Rousseau com os Waziri) na qual se recorda "o senhor da selva" através de objectos de colecção de diversos museus franceses, assim como filmes, cartazes, quadros, fotografias e figuras.
Ao saber desta notícia fiquei desolado. Porque é que não esperaram até eu ter dinheiro suficiente para ir até Paris ver a exposição? Ou então mandassem-me um cheque para cobrir as despesas de deslocação e estadia…Então os organizadores não sabem que sou provavelmente o maior admirador do mundo, do bom selvagem Tarzan dos Macacos? Ninguém os informou ou então não fizeram o trabalho de casa que se impunha.
Remonta aos anos sessenta o meu fascínio pela personagem criada em 1912 por Edgar Rice Burroughs que o transformou em protagonista de 22 livros entre 1914 e 1947, publicando-se mais de 15 milhões de exemplares ,traduzidos em 56 idiomas, desde que pela mão do meu avô materno fui ver A Fuga de Tarzan(Tarzan Escapes, 1936), no teatro vilafranquense.
Nessa altura ainda era possível vermos velhos filmes no grande ecrã. Ali assisti a um fantástico O Ladrão de Bagdad (The thief of Bagdad, 1940), rodado em esplendoroso Technicolor, Ben-Hur e outros. Foi uma epifania. Johnny Weissmuller era Tarzan e Maureen O’ Sullivan, Jane. E Cheetah o chimpanzé fêmea que sobreviveu à maior parte dos intérpretes de Tarzan. Fiquei absolutamente deslumbrado. Até hoje. O segundo filme de Tarzan que vi deixou-me confuso. Era Mike Henry que protagonizava o rei da selva. O filme era a cores e chamava-se Tarzan e os Inimigos da Selva (Tarzan and the jungle boy, 1968) mas Henry nada tinha a ver com Weissmuller. Só depois comecei a perceber que os actors que personificaram Tarzan foram mais do que muitos desde que Elmo Lincoln fez Tarzan the Ape Man em 1918. Li todos os romances, quilogramas de revistas e livros de banda desenhada incluindo os clássicos de Hal Foster que possuo, vi todos os Weissmuller, os Lex Barker, os Ron Ely para além de andar a balouçar nas árvores e a dar quedas tremendas, a gritar como um louco. Ainda faço soar o célebre grito que imito razoavelmente bem, apesar de ser uma proeza da sonosplastia da época.
Por essas e por outras, a esta hora devia estar em Paris a ver a exposição sobre o bom selvagem que Jean-Jacques Rousseau cedeu a Edgar Rice Burroughs que se inspirou igualmente em Rudyard Kipling, em Rider Haggard, num heroi da mitologia grega, Hércules e na lenda dos irmãos Rómulo e Remo, extraída da mitologia romana.




Fantástica coreografia subaquática que teria sido inserida em Tarzan e a Companheira (Tarzan and his mate, 1934) caso a censura da época não tivesse implicado com a nudez de Maureen O' Sullivan



O grito de Tarzan

3 comentários:

Helena disse...

O post é excelente,até que enfim que resolves escrever. Parabéns Mário.
A coreografia subaquatica é linda linda.

Zé Carlos disse...

Melhor que este post só o grito do Tarzan.

Maria Brandão disse...

não serei a maior admiradora do mundo do Tarzan, mas tb passei muitas e boas horas na companhia do homem macaco :))