segunda-feira, 20 de maio de 2013
A Descoberta do Mundo
" Meu pai acreditava que não se devia tomar logo banho de água doce: o mar devia ficar na nossa pele por algumas horas. Era contra a minha vontade que eu tomava um chuveiro que me deixava límpida e sem o mar.
A quem devo pedir que na minha vida se repita a felicidade? Como sentir com a frescura da inocência o sol vermelho se levantar?
Nunca mais?
Nunca mais.
Nunca."
Clarice Lispector, A Descoberta do Mundo, Ed. Relógio D'Água, 2013.
«(Nos seus textos jornalísticos) Clarice não abandonou completamente muitos dos seus velhos temas metafísicos, mas também escrevia crónicas sobre a sua vida como mãe e dona de casa, em termos abertamente pessoais." Acho que se escrever sobre o problema da superprodução do café do Brasil terminarei sendo pessoal", disse ela numa das colunas. Escrevia acerca dos filhos, dos amigos, das empregadas, da sua infância, das viagens, de tal forma que A Descoberta do Mundo, uma colectânea com os artigos que escreveu nas suas colunas, publicada postumamente, pode considerar-se quase uma autobiografia.»
Benjamim Moser, em Clarice Lispector, Uma Vida.
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