Andréa Del Fuego
Serra Morena é íngreme, úmida e fértil.
Aos pés dela vivem os Malaquias,
janela com tamanho de porta, porta com autoridade de madeira escura.- Corre, Adolfo!
Donana pedia ajuda ao marido, ele cravou o machado na lenha e foi
acudir. A bacia brilhava ao fundo da cisterna, Adolfo desceu a corda com o
balde amarrado na ponta, o encaixou na bacia e foi arrastando-a de volta pela
parede. A mulher não fazia mais o pesado, com osso quebradiço, passou a benzer
a espinha de criança e com reza ganhava fubá, café e leite. Branca rosada,
lábio fino. Tirando os Malaquias , os habitantes eram pardos como mamíferos
silvestres.
As crianças fizeram um círculo em torno do poço, o lençol freático refletia três pares de mãos, cada par moldurando dois brilhos e um nariz: Nico tinha olho azul, nove anos. António, miúdo, seis. Júlia, barriguda, quatro.
As crianças fizeram um círculo em torno do poço, o lençol freático refletia três pares de mãos, cada par moldurando dois brilhos e um nariz: Nico tinha olho azul, nove anos. António, miúdo, seis. Júlia, barriguda, quatro.
Os Malaquias, Andréa Del Fuego, Porto Editora.
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