terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Bolha sem Ar


“Filas e mais filas de estantes muito altas, todas elas a abarrotar de livros, dezenas de milhares de livros, centenas de milhares de livros, um milhão de livros, e, por vezes, até tu, que adoras livros tanto quanto é possível adorá-los, ficas estupefacto, ansioso, mesmo nauseado, quando pensas nos biliões de palavras, nos triliões de palavras que esses livros contêm. Todos os dias, estás desligado do mundo durante uma série de horas, habitas um território que acabas por comparar a uma bolha sem ar, ainda que haja por certo ar, visto que tu respiras, mas é um ar morto, o mesmo ar de há vários séculos, e, nesse meio sufocante, tu sentes-te entorpecido, sonolento, e tens de lutar contra a vontade a vontade de te deitares no chão e de adormeceres.”
Paul Auster in Invisivel

Estou a fazer inventário, balanço, listar, enumerar, tudo isto e mais, dores de costas, pés inchados, dores nos braços, olhos trocados, é caso para dizer que esta vida de livreiro está a dar cabo de mim. Chega-te ano novo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cada um tem o que merece, eu por mim inventario piolhos das cabeças das crianças das clientes aqui do Salão Avenida... Looooooool

Rafaela, cabeleireira

carlos disse...

Deixa estar. Logo, logo, isso passa.

Maria B disse...

Que bom viver numa espiral de livros :)