" Não os acho baratos, e sei das dificuldades financeiras que vivemos neste momento. Mas também sei que a lei do mercado mais não permite. Nunca ouço ninguém queixar-se do preço dos CDS, ou do preço do whisky ou da cerveja. E as livrarias fazem o que podem para facilitar a leitura de todos. Mesmo numa ilha como a nossa, existem as feiras do livro. A Livraria SolMar, poiso tradicional e acolhedor dos escritores açorianos, tem desde há semanas mesas e mesas cheias da melhor literatura nacional e mundial, em edições de grande prestígio, a preços bem acessíveis a quem tiver vontade de ler. Sei que as livrarias concorrentes fazem o mesmo, quando lhes é possível. Tenho uma sugestão para os meus colegas: no lançamento de livros, não ofereçam, e proíbam os editores de oferecer um só livro. Quem recebe são na maior das vezes quem os pode comprar, e deve comprar se quiser ler. Se as instituições públicas querem oferecer livros, mesmo na ausência de qualquer critério, que compensem devidamente os autores. Sendo mesmo um gesto meramente simbólico, valoriza o trabalho e talento de quem os escreve. Um jantar e um Porto não chegam. E quando subsidiam a publicação de um livro, não nos fazem favor nenhum, é a sua obrigação cívica motivar a publicação de bons livros, os arquivos da nossa memória colectiva. Os dinheiros são do erário público. Favorecer uns em detrimento de outros é pura e simplesmente um acto corrupto, logo condenável. Não digo que aconteça todos os dias, mas acontece mais do que deveria. Sei, como o sabem muitos outros escritores da nossa terra."
Vamberto Freitas ao Jornal Terra Nostra 22 Maio 2009
Vamberto Freitas ao Jornal Terra Nostra 22 Maio 2009
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