Um seio destes, tão perfeito
e vasto,
faz-se à medida do olhar guloso
e nada casto
de S. Jorge, o santo da espada em riste.
Que a doçaria fale de "suspiro"
é coisa de somenos, não lhe faz espécie,
pois chantilly é o que ele vê
da base ao bico, o creme em que de gozo
se lambuza.
Por mim, a quem o Inverno encolhe
a imaginação e a simbólica,
penso em geleira e no Augusto Gil
e perco a tusa.
Urbano Bettencourt
3 comentários:
Fio muito feliz por encontrar aqui um espaço de uma livraria que me é muito familiar. Otempo não apaga a memória de um espaço que é mesmo uma espécie de paraíso.
O poema é "estridente" na força das palavras, como tudo o que vem do Urbano.
E comprar livros on-line para quem vive nas "ilhas de baixo"?
Vou voltar.
Gabriela Silva
De novo tenho saudades dos Açores, por isso preciso voltar algum dia. No entanto, obrigada por colocar os lindíssimos poema e foto.
Um abraço a Livraria Solmar, minha parada obrigatória quando estou desse lado do Atlântico, pelo gostoso blog, rico na arte de difundir a produção literária de qualidade. Outro abraço ao amigo e poeta Urbano Bettencourt por seu Paisagem - uma delícia de poema que mexe com o imaginário, sonhos e desejos da gente e que me reporta à força telúrica e simbólica da montanha soberana - o Pico. Com saudade e sempre regressante...
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