sexta-feira, 10 de abril de 2009

Onde Caem os Anjos

Gustav Mahler nasceu a 7 de Julho de 1860, no seio de uma família de pequenos comerciantes judeus instalada na Boémia e Morávia há várias gerações. Desde a infância, a doença e a morte estiveram presentes na sua vida, e acabaram por se converter em fonte de inspiração. Inúmeras passagens das suas sinfonias, transmitem a melancolia da experiência da dor e da perda, “as minhas sinfonias tratam a fundo o conteúdo da minha vida; pus dentro delas experiências e dores, verdade e fantasias em sons”.
Um mundo que começa a adquirir um fôlego trágico, inconfundível a partir da composição da Sinfonia nº 5, escrita em 1901 e 1902 e estreada em Colónia a 18 de Outubro de 1904, sob a batuta do seu próprio criador. A terceira parte abre com um andamento escrito apenas para cordas e harpa, o adagietto, uma das páginas mais célebres de toda a produção Mahleriana.
A deliberada desordem e a variedade de estímulos contrapostos do Scherzo dão passagem à pura expressão lírica, contida e serena. Uma melodia recolhida que, pouco a pouco, se irá desenvolvendo e adquirindo intensidade até se transformar num apaixonado canto de amor.
Embora Mahler não tenha chegado a ler Morte em Veneza, pois este clássico foi publicado um ano depois da morte do compositor, o destino fez com que a narrativa de Thomas Mann , graças à sua adaptação ao grande ecrã realizada por Luchino Visconti (ver Cidade no Cinema aqui http://acores2010.blogspot.com/), ficasse para sempre ligado a um dos andamentos mais celebrados da grandiosa obra de Gustav Mahler, aqui magistralmente conduzido pelo grande Bernstein.

3 comentários:

Maria B disse...

esmagador. próxima postagem: tannhäuser, certo?

Anónimo disse...

A menina anda a ler o Rastro do Jaguar, .563 pag o que é isso para a Maria B

Maria B disse...

A menina já acabou :) e o sr. anónimo?