quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Os Interessantes



Numa noite de verão de 1974, seis adolescentes planeiam uma amizade para toda a vida.  Jules, Cathy, Jonah, Goodman, Ethan e Ash ensaiam a atitude cool que (esperam) os defina como adultos. Fumam erva, bebem vodka, partilham os seus sonhos. E, juram, serão sempre Os Interessantes. Ao longo da adolescência, o talento artístico destes seis amigos foi sempre satisfeito e encorajado. Mas o tipo de criatividade que é celebrada aos 15 anos nem sempre é suficiente para impulsionar a vida aos 30 – para não falar dos 50. Nem todos vão conseguir manter viva a chama que os distingue na juventude. Décadas mais tarde, a amizade mantém-se embora tudo o resto tenha mudado. Jules, que planeava ser atriz, resignou-se a ser terapeuta. Cathy abandonou a dança. Jonah pôs de lado a guitarra para se dedicar à engenharia mecânica. Goodman desapareceu. Apenas Ethan e Ash se mantiveram fiéis aos seus planos de adolescência. Ethan criou uma série de televisão de sucesso e Ash é uma encenadora aclamada. Não são apenas famosos e bem-sucedidos, têm também dinheiro e influência suficientes para concretizar todos os seus sonhos. Mas qual é o futuro de uma amizade tão profundamente desigual? O que acontece quando uns atingem um extraordinário patamar de sucesso e riqueza, e outros são obrigados a conformar-se com a normalidade?

Entrevista

Uma geração na esquina entre o talento e o dinheiro


No princípio houve a ideia da inveja. A inveja sossegada, silenciosa, de quem amamos. A inveja que é difícil de confessar e, antes disso, de admitir; por oposição à inveja que se grita. Uma inveja sem “qualquer poder autónomo”, “doentia e progressiva”. Colada a essa ideia, surgiu então a ideia de talento e do que se faz com ele. Não num momento, mas ao longo da vida. O que acontece ao talento, “essa coisa fugidia”, que se pode ou não apurar, activar, revelar ou, simplesmente, não ter? “O talento faz-nos suportar a vida”, acredita uma das personagens talentosas. A frase surge agora citada, dita entre aspas pela sua criadora, como se pelo facto de lhe ter atribuído uma autoria, mesmo que ficcional, deixasse de ter propriedade sobre ela. Ri. Haverá de falar dessas vidas fictícias mais à frente na conversa.

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