quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Discurso


A essência do discurso proferido ante a Academia Sueca, Jean-Marie Gustave Le Clézio, Nobel da literatura de 2008, prendeu-se com a preocupação do autor, em escrever para os que passam fome, e o seu desconforto em saber, que só os que têm muito para comer sabem da sua existência. A alienação dos escritores à falta de liberdade de expressão, num quadro global e a renúncia de mudarem o mundo, ficando-se por meras testemunhas do mesmo, a felicidade encontrada através da solidão como companhia, assim como a apologia do livro.
O Franco - Mauriciano dedicou especialmente o Nobel a Elvira, aventureira com fama de bêbada, indígena de uma tribo no Panamá, a onde ele viveu há cerca de trinta anos e presenciou “a mais autêntica expressão da arte”, personificada por esta mulher conhecida pelo talento para contar histórias. “era poesia em acção”. A literatura pode e deve existir mesmo sujeita a compromissos e convenções. Considerou que “ erradicar a fome e a iliteracia” são desafios correlacionados e os maiores da humanidade.
A terminar, Le Clézio evocou Heraclito: “ O reino pertence a uma criança”
C’est magnifique monsieur Le Clézio.

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