Norte Sul Azul
Há um olhar que liga o Norte ao Sul (ou vice-versa) e os reúne
nesse território (quase) neutro em que um e outro afirmam as suas
particularidades, no mesmo momento em que elas se diluem para afirmarem uma
coisa outra, que já não é a simples soma de elementos e dados. Esse olhar é o
de Gilberto Bernardo, que uma vez mais convoca um segundo olhar, o nosso, para
o território da (sua) pintura.
Este é o tempo do mar. Na sua dimensão natural, na sua dimensão humana também. Às vezes, o azul exasperado é o arrepio de um Inverno que traz consigo rumores e inquietações; outras vezes, ele abre-se aos dias luminosos, mesmo com a cinza açoriana ameaçando a limpidez da paisagem.
Este é também o tempo dos homens. É possível senti-los na quietação dos barcos alinhados junto às casas como se fossem os frutos de um quintal de terra e mar. Invisíveis, talvez à sombra dos templos ou das casas, os homens vigiam o andamento dos dias ou, algures, entre as redes, medem a extensão das malhas e das pescarias frustradas.
Do Norte para o Sul, entre cores e mares, viaja o olhar de Gilberto Bernardo. E, com o dele, também o nosso.
Este é o tempo do mar. Na sua dimensão natural, na sua dimensão humana também. Às vezes, o azul exasperado é o arrepio de um Inverno que traz consigo rumores e inquietações; outras vezes, ele abre-se aos dias luminosos, mesmo com a cinza açoriana ameaçando a limpidez da paisagem.
Este é também o tempo dos homens. É possível senti-los na quietação dos barcos alinhados junto às casas como se fossem os frutos de um quintal de terra e mar. Invisíveis, talvez à sombra dos templos ou das casas, os homens vigiam o andamento dos dias ou, algures, entre as redes, medem a extensão das malhas e das pescarias frustradas.
Do Norte para o Sul, entre cores e mares, viaja o olhar de Gilberto Bernardo. E, com o dele, também o nosso.
Urbano Bettencourt (Julho de
2018)
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