talvez olhar para um Rothko tenha algo de experiência espiritual, mas de um tipo que não admite palavras. (...) Sinto as minhas pupilas a dilatarem-se. Abro e fecho os olhos. Quando os abro, o vermelho chupa-me; quando os fecho, flutua sobre o preto das minhas pálpebras. Aproximo-me, procuro ficar parada a quarenta e seis centímetros de distância, como aconselhava Rothko. E penso: como pôde este homem criar as pinturas euforicamente abstratas do seu melhor período artístico no seu pior momento de derrocadas interiores? E isso leva-me a T.S.Eliot: « Quanto mais perfeito é o artista, mais completamente separados estarão dele o homem que sofre e o espírito que cria.
" O Nervo Ótico", María Gainza, D. Quixote, 2018.
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