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Navegação Ponto por Ponto é um livro de memórias inteligente e elegante. Vidal começa com pequenas observações que crescem até ascenderem à sua devida grandiosidade. Um livro fluente, carregado de humor, simples, mas nunca simplista, vivo e glamoroso. Um livro de memórias imperdível.
“Ao contrário do que muitos acreditam, a fama literária nada tem a ver com a excelência ou com a verdadeira glória ou até mesmo com a posição de um escritor no programa do departamento de inglês de uma universidade, por si tão remoto da Ágora como o caminho sombrio da Academia. Para qualquer artista, a fama é até que ponto agora acha interessante a sua obra mais recente. Se o que ele escreveu só é conhecido de alguns outros praticantes ou de entusiastas (Faulkner comparava os amantes de literatura a criadores de cães, poucos em número, mas loucamente apaixonados por características individuais), então o artista não só não é famoso como é irrelevante para a sua época, a única época que tem; nem pode sonhar com leitores ávidos séculos mais tarde, como Stendhal. Se os romances e os poemas não interessam à Ágora hoje, por volta do ano de 3091 tais artefactos já não existirão, excepto como objectos de curiosidade monástica. Isto não é uma coisa boa nem é má. É simplesmente uma coisa não famosa.”
Navegação Ponto por Ponto, Memórias 1964-2006, Gore Vidal, Ed. Casa das Letras.
“Ao contrário do que muitos acreditam, a fama literária nada tem a ver com a excelência ou com a verdadeira glória ou até mesmo com a posição de um escritor no programa do departamento de inglês de uma universidade, por si tão remoto da Ágora como o caminho sombrio da Academia. Para qualquer artista, a fama é até que ponto agora acha interessante a sua obra mais recente. Se o que ele escreveu só é conhecido de alguns outros praticantes ou de entusiastas (Faulkner comparava os amantes de literatura a criadores de cães, poucos em número, mas loucamente apaixonados por características individuais), então o artista não só não é famoso como é irrelevante para a sua época, a única época que tem; nem pode sonhar com leitores ávidos séculos mais tarde, como Stendhal. Se os romances e os poemas não interessam à Ágora hoje, por volta do ano de 3091 tais artefactos já não existirão, excepto como objectos de curiosidade monástica. Isto não é uma coisa boa nem é má. É simplesmente uma coisa não famosa.”
Navegação Ponto por Ponto, Memórias 1964-2006, Gore Vidal, Ed. Casa das Letras.
1 comentário:
Nascer nestas ilhas,
É como que ter maravilhas,
Que descem até nossa consciência,
Pois no alto sobrevoam,
Entre os ecos que entoam,
Da nossa mais pura demência,
E é ela que nos traz a nós,
E deixando de ser doentes,
Entregamo-nos a vós,
Que são vozes inconscientes...
Cumprimentos,
Rodrigo Silva
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