
"Apercebi-me rapidamente de que escrevia a vida de um grande homem. Daí, maior respeito pela verdade, mais atenção e, quanto a mim, maior silêncio."


"A música é magia, é impossível ve-la, mas sim senti-la, é ar, energia, sensibilidade. O nosso tempo e o nosso mundo, o que precisa é de sensibilidade."
Numa manhã de Verão , em Julho de 2002, recebemos uma chamada telefónica do Hotel Açores Atlântico, que pretendia saber do nosso stock de livros em inglês , visto terem um hospede especial, que precisava de abastecer-se para a viagem que ia efectuar de barco. Respondemos que sim, a secção estava disponível em quantidade e qualidade. Fomos então visitados pelo estrangeiro, homem alto e magro, simpático, e satisfeito pelo facto de poder finalmente encontrar livros em inglês. Rapidamente o reconhecemos, confirmando com prestável guia que o acompanhava, que nos disse: “ Sim é ele, James Cameron, o do Titanic”. 
O Museum of Modern Art de Nova Iorque(MoMa), vai acolher a partir do dia 22 de Novembro, uma grande exposição de desenhos, pinturas, storybords, maquetes, bonecos e outras criações do realizador americano Tim Burton. Os visitantes poderão ver ainda uma retrospectiva integral dos seus filmes amadores, trabalhos artísticos dos seus tempos de estudante e projecção de fitas que o influenciaram. Todo o universo surreal e exuberante de Burton, está visível nas imagens do seu último trabalho, com estreia para Abril de 2010, Alice in Wonderland.
Totalmente familiar como parte integral da nossa cultura, a viagem de Lewis Carroll na toca do coelho branco é um conto para crianças, contendo alguma sátira bizarra, jogos de palavras e comédia, capaz de satisfazer qualquer leitor adulto. Alice tenta confrontar loucura com lógica, numa história que gentilmente desmascara o insensível puritanismo das práticas educativas das crianças da burguesia vitoriana.
Um dos primeiros filmes da história do cinema é Viagem à Lua (1902), de Georges Mélies, 14 minutos alucinantes com o nosso satélite natural dotado de nariz, olhos e boca, a ficar cego de um olho devido à colisão do foguetão.Dos muitos filmes de ficção cientifica um dos mais célebres é 2001:Odisseia no Espaço, realizado pelo grande Stanley Kubrick, baseado no conto de Arthur C. Clarke, que serviu também como consultor. O seu avançado rigor tecnológico, as magníficas cenas passadas na base lunar, e a visualização das paisagens espaciais, são sequências das melhores alguma vez filmadas.
Em 1961, John F. Kenndy lançou o desafio num discurso que fez história. O clima em que vivia a América encontrou um autêntico hino, uma canção In Other Words, por muitos reconhecida pelo seu primeiro verso “ Fly me to the moon”, sendo um êxito imediato. Frank Sinatra, a voz, em Julho de 1969, voou até à lua através dos altifalantes da Apolo 11.
Integrado na temporada MusicAtlântico, actua amanhã, dia 17 pelas 21h30, na Igreja do Colégio, em Ponta Delgada, o contratenor mais famoso da actualidade, Philippe Jaroussky. Do programa constam árias e obras do extraordinário mundo vocal dos Castratti do século XVIII, Farinelli e Carestini.




A literatura de viagens está ligada a textos que descrevem experiências em outros lugares, e outras culturas, despertando em cada leitor a paixão pela descoberta. É assim com Carlos Vaz Marques coordenador de uma colecção dedicada a este género literário publicada pela editora Tinta da China. A propósito disse recentemente que decide as suas viagens, com o critério prático e o critério poético, “o poético é o desejo. Tem haver justamente com o facto de ir para lugares onde possa sentir que está à beira de perder o pé. O prático é o dinheiro.” Na lista infinita na sua cabeça de lugares onde gostava de ir diz, “o meio de transporte mais barato que conheço são os livros, e a leitura como forma de viajar é o substituto ou complemento quando se pode fazer.”
A colecção já conta com cinco títulos, o último é uma obra sobre Veneza, de Jan Morris, uma célebre escritora de viagens que nasceu James, e mudou de sexo em 1972, continuando no entanto a viver com a mulher e os filhos.
Este livro é já um clássico, muitas vezes referido como o livro sobre Veneza.
Nas palavras de Paul Theroux, outro dos grandes escritores viajantes do nosso tempo, Morris é “ uma das maiores escritoras descritivas da língua inglesa”. Por isso ele lhe chama também “ a travelling genius”.
É numa permanente inquietação de viagem que a autora, percorrendo o mundo para o interpretar, tenta revelar o enigma dos lugares que visita tal como se propõe desvendar o seu próprio enigma interior.
“ Por vezes, rio abaixo, quase penso que o consigo; mas então a luz muda, o vento vira, uma nuvem atravessa-se à frente do sol e o significado de tudo isto volta uma vez mais a escapar-me.”
Fotografia de Filipe Franco