segunda-feira, 25 de maio de 2009

Isolda

A história de Tristão e Isolda é uma grande lenda europeia que se transmitiu originalmente de forma oral. Os primeiros manuscritos datam dos séculos XII e XIII, a versão de Gottfried Von Strassburg é geralmente considerada como a “clássica”, tratando-se de uma das obras literárias mais importantes da idade média. Esta poderosa história possui particularidades que não poderão deixar de espantar um leitor moderno. O amor de Tristão e Isolda é belo pelo sofrimento e pela renúncia que implica. O sentimento que professam requer impedimentos e resistências, é necessário padecer para poder amar, só desta forma o amor provoca dor e se converte em paixão. Nada acaba mais rapidamente com o amor do que a sua consumação. Tristão e Isolda realizam o sacrifício da pureza voluntariamente assumida para que o seu amor sobreviva.
O sofrimento suportado de forma passiva, explica a proximidade entre amor e morte, é tão inútil resistir à morte como ao amor. Um símbolo como poder do destino, é algo que simplesmente acontece e, portanto, não somos responsáveis por nos apaixonarmos. A sua história fascinou, inspirou e foi objecto de veneração de poetas, artistas e compositores.
Wagner nos anos 1857-59 compôs Tristão e Isolda, que foi a sua obra mais transgressora do ponto de vista musical. O compositor teve uma apaixonada relação com Mathilde Wesendonck, a mulher do seu anfitrião, uma relação por certo não consumada, pois a sua concretização teria destruído o sonho e prejudicado a composição de Tristão e Isolda, essa suprema glorificação do amor. Uma ópera plena de intensidade, sensualidade e colorido orquestral.
A companhia Nacional de Bailado apresenta, de 28 de Maio a 5 de Junho, no Teatro Camões, “Dançar os Clássicos”. Olga Roriz coreografou Isolda, um ballet operático a partir do livro, e da ópera de Wagner.
Lançamos aqui o repto aos programadores locais.

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