domingo, 30 de outubro de 2011

É Na Terra Não é Na Lua



"É NA TERRA NÃO É NA LUA" de Gonçalo Tocha Vencedor DocLisboa

"No filme, cada pessoa é tratada de uma maneira diferente, de acordo com a relação que criava com cada uma. Fazia o exercício de pensar como é que podia engrandece-las através da imagem e da minha interação com elas. É o caso, por exemplo, da senhora Inês, da loja de artesanato. Queria comprar um gorro do Corvo, e ela não tinha, então, pedi-lhe para me fazer um e assim aproveitava para filmar o processo. Acabou por ser um símbolo muito forte no filme, também porque acompanhava a evolução da nossa relação. Agora, ando sempre com o gorro. É como se estivesse a vestir o Corvo."

Gonçalo Tocha (in JL)

sábado, 29 de outubro de 2011

URBANO neste meio de mar

Exposição Antológica URBANO neste meio de mar
Núcleo de Arte Sacra e Núcleo de Santa Bárbara
28 de Outubro de 2011 a 29 de Janeiro de 2012

sábado, 22 de outubro de 2011

O Burro e o Bolo de Massa Cevada


"No século passado vivia nos Mosteiros, ilha de S.Miguel, uma pobre viúva com uma única filha em idade de casar. Apesar da rapariga namorar há muito tempo com um rapaz da freguesia, não havia maneira do rapaz marcar a data do casamento.
A viúva querendo ver a filha casada, o mais rapidamente possível resolveu recorrer aos seus conhecimentos de feitiçaria para apressar o casamento. Assim, certa noite, antes do nascer do sol, a mãe acordou a filha e foram ambas para a cozinha fazer um bolo de massa cevada que a rapariga deveria oferecer ao rapaz. A massa foi colocada em cima de um pano branco, alvo como a neve, e amassado pela rapariga enquanto a mãe rezava uma orações só do seu conhecimento.
Quando ao fim da tarde o rapaz se apresentou em casa da futura sogra para namorar, encontrou à sua espera um bolo de massa cevada alto e fofo como ele nunca tinha visto. O rapaz desconfiado achou que aquilo não era normal afirmando não ter fome, no momento, prometeu comer uma fatia do bolo mais tarde. No entanto, já a caminho de casa o rapaz passou por uma arribana e vendo lá dentro um burro atirou-lhe o bolo.
O burro não se fez rogado e saciou a fome com aquele maravilhoso pitéu. Quase imediatamente, o animal ficou muito agitado e rebentando a corda que o amarrava saiu numa correria louca em direcção à casa da viúva e da filha. Todos os esforços para afastar o burro foram em vão e o animal zurrava cada vez mais alto demonstrando o seu amor pela rapariga. O rapaz, perante este cenário, afastou-se o mais depressa que as pernas lhe permitiam, e nunca mais quis saber da rapariga."

As Lendas No Imaginário Açoriano de Avelino Santos e Lúcia Santos
Blu Edições, 2011.

Nova Edição - As Lendas no Imaginário Açoriano



« As lendas são a prova de que as tradições de um povo permanecem vivas e que cada geração recebe e guarda com carinho uma herança que tem sido religiosamente guardada e passada de geração em geração. As lendas revelam o mais íntimo e profundo do ser humano, não se centrando unicamente em seres imaginários, mas exprimindo as crenças e as convicções do meio cultural onde as pessoas se movem, porque a lenda é a “ dramatização do fogo nas entranhas da Terra, é a estupefacção e a admiração dos vulcões vomitando lava ardente, pedras incandescentes, cinzas amortalhadoras (...) o mar com os seus mistérios e encantos; as lagoas com os seus bramidos e policromias; á a lua, o sol, as plantas.”»

Da Introdução


As Lendas no Imaginário Açoriano de Avelino Santos e Lúcia Santos.

Blu Edições, 2011.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011